Geral

Caminhar no meu Jardim...

Na relva molhada de um jardim imaginário persigo qualquer coisa não sei bem o quê...

Corro, corro muito canso-me, canso-me muito, é tudo tão demasiado é um cansaço do tamanho do mundo

Sem forças, desisto... Ando, ando devagar fazendo do caminhar o meu caminho

Não ganho espaço à distância, não fecho os olhos às coisas da vida para a vida não se fechar a mim

Consigo vê-la de frente, consigo olha-la nos olhos e quando me viro para trás, agora sim... ainda a vejo atrás de mim mas já não lhe sinto o fim

Sopra o vento na ilha

Sopra o vento na ilha

 

O vento sopra na ilha

Galopa como um cavalo

Do céu cai uma chuva celeste

Sobre o mar que habita em mim

Sinto uma explosão de sensações

Meu sangue ferve sob a pele

Um incêndio teima em afogar-me

Ai como sopra o vento na ilha!

Mas preciso desse vento

Para secar minha memória

Vejo labirintos de água

Que se diluem nas nuvens

Dentro de mim, só tu és bonança

Tudo desaparece antes de ser dito

Ai como sopra o vento na ilha!

BIOembarcação

BIOembarcação

 

- Navegador, o que está acontecendo? - Pergunta o piloto. -

- Não sei ao certo senhor, estamos perdendo o foco e a visibilidade. A pressão aqui está no limite. - Responde o navegador. -

- Mas o que raios está acontecendo aqui? - Pergunta o piloto, já acionando os aparelhos de comunicação por rádio dentro da nave. -

O Papel

No papel novo e dobrado que finge ser velho e enrugado...

Regurgitam letras soltas que tropeçam desajeitadamente em frases feitas e ocas

No papel novo e dobrado que finge ser velho e enrugado...

Há coisas que acontecem na sombra de histórias soltas

No papel novo e dobrado que finge ser velho e enrugado...

Existem Palavras,

rebeldes, caóticas, assustadas, escondidas pedaços de vidas roubadas que de tão rasuradas e riscadas

Não sentem o que dizem... Nem dizem o que sentem !

P.RestLessMind x(2017)

Sou Mulher

 

 

 

SOU  MULHER

 

 

 

Sou mulher!

Sim, sou mulher!

Todos os dias de todos os meses, de todos os anos

Sou mulher!

 

Sou mulher, sou mãe, sou avó

Enfermeira, cozinheira, arrumadora

Amiga, amante, apaixonada

Companheira, vigilante,

Mas também sou carente e triste

Sorrio com lágrimas, e choro com sorrisos

Luto já vencida à partida, mas luto

A Dama de Negro III

III
EXISTÊNCIA
 
 
 
 
Dêem-lhe um corpo,
Formas perceptivas,
Alicerces que sustentam conteúdos.
E ela deixa de ser um ideal,
Traço ou miragem,
Que flutua nas profundezas mentais.
 
Esta prisão cerebral,
Só no mundo das ideias sei viver.
Viver apenas no cérebro
É uma existência demasiado silenciosa.
 
Triste viver sem existir –

A Dama de Negro II

II
VOZ
 
 
 
 
Escondida do mundo, escondida em mim.
E vivo assim, estou e não estou.
Como uma dama de negro
Eu sou.
 
Na toca escura, reprimo-me.
Enclausurada na minha prisão,
Nas minhas mãos a chave,
Mas estou trancada dentro de mim.
 
Triste é viver sem existir,
Dá-me vida. Dá-me corpo.
Ar e movimento,
Som e melodia.
 

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