No elevador
Autor: CharlesSilva on Sunday, 19 February 2017No elevador
No elevador
Meu coração está deserto
Paisagem arenosa, incrédula
Asas presas de uma libélula
Castigo de um caminho incerto
=
Folhas de papel em branco
Não há nada escrito
Lágrima apagou o descrito
Emboladas jogadas no arranco
=
A lua prateada sorria
O sol dourado me via
O calor de seu raio sabia
Não havia tempo,pois eu morria
Nereide
MÃE MULHER VIRTUOSA
Minha mãe, um anjo que Deus me deu.
Por ela veio-me a vida,
minha mãe, sinto sua falta depois da tua partida.
Minha mãe, lembro-me da senhora,
Do "PAI NOSSO" que me ensinou a orar.
A oração que Jesus nos ensinou.
Minha mãe, mulher virtuosa,
os seu conselhos ainda guardo comigo.
Minha mãe, eu ainda posso dizer que te amo.
A senhora não irá ouvir, ou, sentir,
mas serve de alento para mim,
nos momentos ruins.
Minha mãe, a primeira mulher que eu conheci!
Uns. Outros.
Uns protelam, outros decidem
Uns só conversam, outros beijam
Uns só cheiram, outros lambem
Uns têm ideologias e bandeiras nas mãos, outros só olham
Uns são poderosos, compram, vendem, administram, fazem leis.
Outros ocupam-se em manter "UNS" no poder acima doutros.
Ora você está incluso em "UNS," ora você está incluso em "OUTROS"
DECLÍNIO
(Parei! Lentamente levantou a cabeça e murmurou; ela morreu, deixa-me estar, que esta vida não é tua…..)
O tempo consumiu o filtro da inocência,
Num cenário de coloridas amarguras,
Roído na turbulência da precoce idade.
A vida desarrumou a sua existência.
Ironiza, diz-se modelo de fotos e pinturas.
Triste e ingente vive da mendicidade.
(Olhei para a tralha! Atabalhoadamente justificou; foi o vício que arrastou a minha casa para a rua…..)
Palavras…
embalagem dos pensamentos
sem perfumes ou laços elaborados.
Assim as prefiro,
no esplendor da sua nudez.
Assim me apaixono pela singeleza do encontro das letras
que lentamente transformo em melodias e afectos.
Assim as ofereço,
para que as possam vestir
de acordo com o sentir da noite,
do dia
ou da madrugada.
Este o meu desejo.
Que a ternura fale mais alto
e que as adornem de sorrisos,
carícias e doces caminhadas
ao encontro das marés.
©Graça Costa
Incomoda-me o Quase,
a sua inconsistência,
a sua fraqueza, a forma inquieta como se esconde,
o que podia ter sido e não foi.
Incomoda-me o Quase.
Quase fui.
Quase fiz.
Quase consegui.
Quase amei.
Que quase é este que nos tolhe o sentir,
e me rouba a plenitude do Querer.
Incomoda-me o Quase
e por quase me sufocar
descarto-o do meu sentir.
Quero a plenitude do todo,
o excesso da entrega,
a loucura do desejo,
a quase morte do êxtase.