a flor austera
Autor: António Tê Santos on Wednesday, 28 February 2018as dádivas empertigam-se nas elevações recônditas onde se incitam as virtudes com panaceias que se encaminham para o descampado onde jazem as angústias.
as dádivas empertigam-se nas elevações recônditas onde se incitam as virtudes com panaceias que se encaminham para o descampado onde jazem as angústias.
origino as minhas ideias nas saliências duma digressão que acumulou os meus gemidos; nos relatos que fragmentaram os registos da crueldade; na languidez que enfraqueceu os meus empreendimentos.
https://photos.google.com/album/AF1QipMdxNXMdYpTyiwigqc_oojV-dDYjxowp4olHaY
AUTORA DESTE VIDEO MARIA CARMO
A esperança não desiste
Mas vai, a esperança vai caminhado
E nos mais longínquos recantos
Penetra sua paz e alegria
Como água fria em terra seca
A esperança se espalha
Como as penas ao vento
Vão a lugares antes
Não pensados ou até desejados
Mais poderosa que as bombas
Soltadas pelos homens ditos sérios
Que não se envergonham explodi-las
Sobre crianças que dormem e até cemitérios
UMA FLOR
Virei costas e fui ver o mundo,
Fechei os olhos para não voltar.
Fechei a porta, com ar taciturno,
E vagueei por campos sem ar.
Quis esquecer, sem recordar,
Numa cega vontade de dor,
Num amanhecer de cinza sem cor,
Com a esperança de não voltar.
Assim, livremente, lá fui eu...
Inventei novos caminhos,…
Caminhei de pés descalços,…
Mil espinhos arrasei,
Em caules de rosas que pisei.
Nas tristes noites que chorei,
Bestificado
Está a sair como estivesse a entrar
Inconfundível demente
Bestificado pelo rigor do dia-a-dia
Pelo calor dos séculos ultrajado
Viste-se a entrar em sã imersão
Imergiu nos mais nobres pensamentos
Como que querendo somatizá-los
À flor da pele que carece de hidratos
Mas não pecou nem se liquidou
Diante dos destrates do rei bêbado
Do carvoeiro tingido pelo escuro pó
Do coveiro pálido de domingo à tarde
há enxurradas de ilusões que eu vou arrastando pelas rugosidades que ornamentam o meu viver: são edifícios magníficos branquejados pela minha sensibilidade.
Nem só uma...
Meu mundo é pequeno
Não só pequeno ou apenas
Ele é distante, não apenas só
Também cambaleante
Meu mundo também é colorido
As vezes preto e branco, não só
Quando era cinza embranqueceu
Quando embranqueceu, iluminou
Nele não cabe um navio de livros
Nem só uma carroça de poemas
Nem ao menos uma criança sorrindo
Somente só um adulto gemendo
Somente cabe eu ressurreto
Sem qualquer sentimento insurgido
Desacompanhado de eu próprio
Passageiro de mim reprimido, neste dia, só.
ingressei nos vetustos lugares onde a tristeza subjuga; percorri caminhos repulsivos para me estabelecer numa insípida masmorra; desembrulhei a genuinidade para fugir à monotonia.