a flor austera
Autor: António Tê Santos on Monday, 25 December 2017construí uma ponte para os mistérios estacionados à boca da alma transgredindo a existência para oxidar as suas gratificações insensatas e as suas divisas paralisantes.
construí uma ponte para os mistérios estacionados à boca da alma transgredindo a existência para oxidar as suas gratificações insensatas e as suas divisas paralisantes.
Natal, Natal, Natal.
O dia que Jesus nasceu
Natal, Natal, Natal.
O dia que Jesus aqui desceu
Trouxe amor fé e esperança
Para salvar você e eu
Mas o mundo nesse dia
O filho de Deus não reconheceu
Por 33 anos viveu nessa terra
Por nossos pecados numa cruz morreu
Natal, Natal, Natal.
Todos comemoram nesse dia
Por humanidade esquecida
Num mundo aonde na há mais alegria
O amor entre os homens se esfriou
Jesus Cristo esta muito triste
Porque muitos só hoje dele lembrou
sobre fragas derribadas os homens devem alterar o seu pensamento.
os meus aguilhões cravam-se naqueles que se extraviam na parada dos costumes.
morei dentro de cantigas que difundiam gemidos existenciais.
o homem resumiu deus a um mero produtor de afagos mundanos.
encontrei os fundamentos das combustões que lavram pelos itinerários da humanidade.
a opressão estarreceu na memória quando o estudo a entendeu.
a dor possui um clarão bravio tonificando a consciência.
a sensação de ter vivido preso a um tronco que o chão farto irrigou de esperança.
o arrimo de palestras beatíficas excita um regenerado sopro que traumatiza.
os poemas brotam das mágoas que tapizam o meu caminho lapidoso.
quando o meu hálito carregava os abusos duma trouxa remendada.
fui compondo o memorial do desgosto com a postura dum aventureiro sem razão.
quando as costuras são frágeis e o sonho regista insucessos.
o sonhador se ofertou ao mundo no aconchego de franzinas caravelas.
as palavras inventadas por deus (ondas contra ondas num estrondo ensurdecedor), a misantropia recalcada.
ascendo ideias sopesadas pelas circunstâncias da minha vida por onde deslizou o tormento infetando as inalações que vou redigindo.
há páginas cruentas em poemas redigidos por gente que sustenta um sopro suavizando a ideia de morrer; que transporta no peito uma cruz amortecendo qualquer espécie de decisão.