O CIPRESTE QUE SE ERGUE NO PÁTIO
Autor: Rogélia Proença on Sunday, 23 March 2014O cipreste que se ergue no pátio
Na calma neblina da manhã
Dita em arrogância e coragem
A vida que lhe sobra por entre
A seiva, a corrente e a vagem
Iniciáticas todas as imagens
Destes elementos imutáveis de real
Nós é que sobramos da paisagem
E nos esfumamos breves no coral
Na praia, na planície e no areal
Ficam os nossos objectos, os resquícios
Reais de nós, como rastos de lava
Pedaços de vida, rastos de caracol
E a carne quente e astral do que somos