AINDA NÃO
Autor: Jamila Mafra on Thursday, 3 January 2013
Eu tenho uma coisa pra te contar
Mas você não está preparado pra ouvir,
Por isso eu vou ter que guardar
Essa dor aqui dentro de mim.
Eu tenho uma coisa pra te contar
Mas você não está preparado pra ouvir,
Por isso eu vou ter que guardar
Essa dor aqui dentro de mim.
Deuses Da Floresta.
Guel Brasil.
Tem alguns lugares dessa terra
Onde o homem ainda não pisou;
Mas já estão chegando perto
Com moto serra e trator,
Esquálidos, Sem Vida, Zumbi.
Guel Brasil.
Por enquanto, contei dez
Morando e vivendo ali;
Vivendo não, morrendo aos poucos
Esquálidos, sem vida, iguais zumbis.
Roupas esfarrapadas,
ESTOU CANSADA DE CORRER ATRAS DOS SONHOS,
DE PROCURAR A CADA CANTO A FELICIDADE,
CANSADA DE CHORAR E DE SOFRER,
MAS PORQUE ACEITO QUIETA ESTE VIVER,
CONFESSO A TODA A GENTE: SOU COBARDE !
QUISERA VOAR PRA ALEM DO VENTO
EM BUSCA DA MINHA LIBERDADE,
MAS CORTARAM-ME AS ASAS,NAO VOEI,
E PORQUE NADA FIZ,E NAO LUTEI,
CONFESSO A TODA A GENTE: SOU COBARDE !
QUISERA GRITAR AO MUNDO INTEIRO
A DOR IMENSA DA MINHA INFELICIDADE,
MAS FUI AMORDAÇADA,NAO GRITEI,
E PORQUE CONSENTI E ME CALEI,
Tenho a cabeça aberta ao que não me cumpro...
O corpo descansa na cabeça futura;
espera, ainda, a casa que não encontro na estrada.
Um dia serei sem dias.
Não terei calendário.
Serei ao vento...
-reconforto-me.
As mãos perguntam a primavera...
O sol desaba como àgua ardente.
E eu limito-me a desabrochar...
Dizem-me que assim é...
...a natureza das coisas...
Vejo a luz que me ilumina,
Difusa e ténue entre a vidraça embaciada!
Quero partir para o mundo de Além
E conformar-me com a ternura do Nada!
Imiscuo minha alma no vazio,
Cubro-me com um manto de negra dor.
Escondo-me nas brumas pantanosas do ser
Espero, silenciosa, a chegada do Amor!
Grito abafado no âmago do sentir,
Corro de encontro ao Mundo, perdida
Fujo de mim, do medo, do sonho
Perco-me silenciosa, nas agruras da vida.
Sorriso audível das folhas
Não és mais que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.
Ri e olha de repente
Para fins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar
Tudo é vento e disfarçar.
Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.