Natureza

Laranjeira

São dez lâminas a apontar. São dez braços bronzeados a me levantar. São paredes esponjosas salpicadas de cor, terminadas ao fim em cambiantes mais maracujádos, num anel cingido por sobriedade. E depois dele, a brancura adentra faz-se tão virgem quanto terra que não desvirginou. E sou eu o escolhido a sacrifício. Caminhos, mundos, estórias incluídas sob meu rosto inchado na aparência da gota que cintila à plenitude da luz granulada pelas águas frias nas ondulações do horizonte, que dá vontade de brincar bicicleta, ao lado da folhinha caída; quebradiça nas arteriosas.

Deitado no chão de palha - 2

Deitado no chão de palha

É bom sentir o mundo, gostava de o abraçar inteiro de uma só vez.

Como não posso, tenho que abraçar uma pedra de cada vez... olhá-las com calma, uma por uma, pois todas elas são diferentes e também são vida, tenho que ver o mundo um pouco de cada vez.

Comer melancias, pêssegos de agosto, ameixas, peras doces, beber a água fresca das fontes, trepar árvores antigas de olhos fechados, agarrar os varões das pontes e mergulhar lá do alto para confirmar se os peixes ainda se escondem nas mesmas tocas das paredes de pedra do rio.

Luar de Janeiro - 2

Luar de Janeiro - 2

Gosto de ver a noite nos meses de janeiro.

Quando era pequeno caminhava nas florestas por cima das folhas, subia veredas para chegar mais alto, acreditava que subindo mais e mais podia ver de perto as constelações e as estrelas cadentes.

Nessas veredas os mochos galegos ocupavam os seus habituais poleiros para anunciarem o luar de janeiro. Quando a lua mostrava todo o seu esplendor tudo parecia irreal.

Ventura ventureira

Ventura ventureira

Na harmonia da paisagem
Me retrata tua solidão
Séquito de amparo e desejos
Tu és natureza meu ensejo

Doce é o teu encanto
Aos olhos e ao coração sequioso
De afago de sons e melodias
De paisagens polidas e limpas

Penetras em minh’alma
Locupletando cada espaço vazio
E os cheios pelas bordas completas
Minhas falhas suprimindo-as

Natureza de prodiga ventura
Aventureira dos homens cegos
Que não enxergam tua face
Mas tu relevas este desastre

Plantemos música na paisagem

a paisagem é propícia à música
há um rio de palavras que se unem em forma de poema musical
há um mar de letras que aquecem as tardes frias de inverno 
é a arte da música, a única forma de não nos esquecermos 
que somos humanos, o sopro da identidade 
elevemo-nos pois ao éter, plantemos música na paisagem 

A Beleza e os Encantos da Lagoa

A Beleza e os Encantos da Lagoa

Lagoa, agua límpida de longe
Todos querem conhecer
O azul da sua água
Coisa linda de se ver

Por ser misteriosa
Para os índios é sagrada.
No lugar é conhecida
Como “Lagoa Encantada”

Ao lado uma caverna
De um escuro profundo
Nosso povo acredita
Num portal para outro mundo.

Se é lenda ou verdade
Ninguém tem certeza
O encanto da lagoa
Pode ser sua beleza.
 

PFernandes

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