Natureza

O Silêncio Do Sol

Quando acordei pela manhã

O sol havia atravessado a vidraça

Da minha janela

Sem pedir licença tocou o meu rosto

Em silêncio ele me despertou

Para me mostrar uma manhã tão bela

Na quietude que imperava

Em silêncio sozinho ele trabalhava

Para que o meu dia tivesse mais amor

A todos ao redor ele mandava seu calor

Numa jornada que ele apenas começava

 

Vi as pétalas de uma flor se abrir

O sol tocava nela e aquecia com o seu calor

Notei que ela sentia bem mais feliz

Mulher

Mulher

O conceito de um poeta,

A  este Ser maravilhoso,

Abençoada pelo profeta,

Ela é um Ser amoroso.

Uma dama do Barsil,

Abençoada pelo profeta,

É um Ser varonil,

Com o conceito do poeta.

Sempre que a dama passar,

Ela ouvirá um fiu fiu,

É alguém a cortejar,

Uma dama do Barsil.

 

Madalena Cordeiro

 

 

E o vento nada me disse

O sino tocou sons de embalar

Saudando a vida a amanhecer

A exuberância do esplendor da natureza

Em mim verdejou

E imaculadas visões dos seus frutos

Que me abençoam com a sua presença

Tornando-me assim terra e flor,

Chilreantes pássaros que na sua voz entoam

E abençoam o silêncio que em mim habita,

Nostálgicos mas esfusiantes chamamentos

Que a natureza mãe me ecoa,

E laços profundos perpetuam esta dor

Então perguntei ao vento

E o vento nada me disse,

Vivificante saltitar

Saltitando de ramo em ramo,

Como se fossem somente uma nuvem de sonho

Brejeiros cantarolando o extâse da vida

No seu canto carregam toda a fragilidade

Que jaz no exuberante cosmos,

Criado por aquele que eternamente procuro

Sonho desfasado neste corpo que padece,

De não te sentir neste mundo que percorro,

Desenhando esta longínqua estrada

Que os pardais suavemente pintalgam

Para depois eu crer

Que a sua singela canção,

Foi cantada para mim, na minha estrada

Cândida Lua

Esplendorosamente brilhas no céu que anseio

Seduzes-me com sonhos de cores mil

Os teus raios intensamente me fascinam

E contigo o meu olhar se prende.

Lá no alto de mim pairas solene

E o brilho do teu ser, delicadamente me ofusca

Feiticeira de nublada e inquietante tez

Inundas-me de telúricos encantos

Eternamente desejando o teu rosto tocar

E em ti a minha alma desfrutar.

Inatingível, singelamente me transtornas

E as minhas vísceras por ti desesperadamente reclamam

Chuva

Cai miudinha, tão solenemente
De mansinho acariciando os seres que toca
As andorinhas, nem rasto delas
Recordo apenas o seu estonteante voo
Que abraço em horas de nostalgia.
E esta chuva tão abençoada em mim desenha,
Uma desmedida ânsia de viver,
E neste momento partem horas de angústia

Natureza

Nas minhas entranhas habita o teu ser,
De verde flor transborda na minha alma
E por ti e em ti, o guerreiro em mim renasce
E choro lágrimas de dor, por ti amargamente sentidas
No ventre da Terra que embala o meu ser,
Teus ramos sofregamente me abraçam

Trilogia

Reflete a minha relação com a natureza da aldeia onde moro, mais concretamente com o mar.

 

Trilogia

 

Oh ! Mar.

Oh ! Areia.

Oh! Beleza.

Da minha aldeia.

Só convosco me sinto bem.

Triste e feliz como ninguém.

Do mar preciso.

Um lugar do paraíso.

Têm um extenso areal.

Vai desde a insua a arda, passando pelo praial.

Deixando um cheiro a maresia.

Recanto idílico desta nossa freguesia.

 

 

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