Natureza

O rio a chuva e eu

O rio, a chuva e eu

 

Chove intensamente

Apetece-me dormir

Mas nem durmo eu

Nem dorme o rio

Que beija as poldras

Entre mim e ele

Há um verso que nos une

Uma corrente que nos separa

Sinto cansaços, não sei porquê

Minha alma inquieta

Encosta-se ao leite do rio

A chuva beija-me a face

Molha meus cabelos sedentos

De carinhos teus

Meu coração inerte e fecundo

Faz-se poeta neste rio

De águas tranquilas

E neste leito abençoado

O eu rio

O meu rio

 

Estão claras as águas do rio

Nelas me aconchego

Quando a memória de ti me alcança

Escondo-me debaixo de tamanha beleza

Num dócil e idóneo abrigo

Que é a esperança

As poldras repousam em águas cristalinas

Vislumbro o verde do campo

E o contraste das cores nesta primavera

Envergonhada entre a chuva e o sol

Estão claras as águas deste rio brando

As finas e formosas flores

São povoadas por borboletas de todas as cores

Os pássaros voam em bando

A rã, o galeirão e o pescador

Estava sentado numa bateira no meio da lagoa do Poço da Cal. Pescava ao fundo e tinha duas canas armadas por baixo das tábuas do banco da bateira, estava ali desde as seis horas da manhã. Os peixes alimentam-se ao nascer do dia… Estava só, nunca levo rádio, nem faço barulho enquanto pesco, gosto de pescar sozinho.

A aurora

A aurora

 

Ergue-se lentamente

A tela no horizonte

Uma cascata de luz

É derramado do céu

Cobre a fonte, cobre o mar

Cobre o verde do campo

E a terra vem abençoar

Num momento divino

A aurora transforma-se em dia

E neste manto de cores

Eu me visto de alegria

Desce do céu até ao mar

Uma suave neblina

Cai no horizonte

E prende o meu olhar

Paisagem pura, genuína…

Que deixa na natureza

Versos de adrenalina

Entre as brumas se reflecte

Questionável Relevância

Atração pelo abismo, 

Seria esse o título da minha obra.

Obra que é a minha vida, cantada em rima.

Chorada também, lágrimas pelo meu pai, 

Lágrimas da minha mãe.

 

Lágrimas quem as tem?

Eu não consigo mais chorar.

Raiva por quem?

Eu quero é amar.

Amar ninguém, ou alguém a passar.

 

Como estou eu,

De passagem.

Qualquer lugar é uma miragem.

Ver, cheirar e partir.

Para outro jardim.

 

Como uma criatura insignificante,

Carrego a minha significancia

Só Rosas

Só rosas, não é um mar de rosas.

É simplesmente rosas.

Aquelas que colore a vida, o jardim.

O perfume dela fica em mim.

Que posso fazer se o meu amor,

Tem cheiro de flor?

Amo o que tenho!

E busco o que não tenho.

Uma rosa, uma simplicidade.

Mas, ela enfeita alguém,

Até para a eternidade.

Madalena Cordeiro

O Caminho da Liberdade

O caminho da liberdade

Ser livre é permitir que a alma frutifique em terra de ninguém, terra fértil, terra preta, o húmus da solidão.

Nessa terra, posso ver as neblinas que chegam com o frio da noite e envolvem lentamente os ramos dos choupos. Caminhando é possível alcançar as árvores, mas a neblina afasta-se.

Nessa terra, caminho só, oiço o silêncio do inverno e fico suspenso no tempo sem chegar ao destino.

Miguel Sousa Santos

(24/01/2014)

Helena e o boi Bravo

HELENA E O BOI BRAVO

Era uma vez, uma menina chamada Helena, muito esperta.

Ela saía pelas manhãs a colher flores, frutos e se encantava ao ver as joaninhas.

Helena, era estudiosa e sempre a melhor da sala de aula. Ela brincava com todos os coleguinhas, quando alguém brigava, sempre Helena dava um jeito de acalmar a turma.

Os professores convidaram-na para ser líder de sala.

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