Natureza

Larva ou borboleta

Trilhamos sempre um caminho
Destinado ao belo ou ao feio
No trilho exaspero das flores
Ou então na ventania de verão

Larva ou borboleta do jardim
És dono da metamorfose
Mas ao trair a coragem,
Regressarás ao lado estupefato

Rastejarás nas entranhas do tempo
Ou baterás o voo eterno
Para uma manhã de garoa inefável?
Não se enclausure no casulo 

Vislumbre de um pássaro

Dizem que emoção é boa
Acho que é uma ova
Vejo um bem-te-vi à toa
E entendo agora.
Seu cântico é bálsamo,
Sou um pirata bêbado,
E meu pensar, náufrago.
Zonzo e sem sossego.
Nas marés tempestuosas.
Abanam a vida invejável
O voo das asas fogosas
Mostra um ser louvável.     

 

A natureza

Floral da musa mais bela
que imanente vontade singela,
enxuga gotas de oferenda
pura, o céu: a nuvem cinzenta.
A divindade de outrora acorda,
em água ao jardineiro que aflora,
terra formosa para o banquete
da natureza em doce deleite.

VERÃO VERANEIO

 

 

i.                                                                                                                                                               

se outrora o verão

fosse anfitrião deste tempo

e se houvesse um mínimo

de acalanto e  mimo

decerto não seria coadjuvante

 

ii.

seria protagonista

[com êxito e alento]

do plácido encanto da paisagem

que instaurou o disperso sereno

antes que se condensasse  

sobre folhas improváveis

 

iii.

Pages