Reflexão II
Autor: Duarte Almeida Jorge on Wednesday, 14 October 2015Será que estes versos valem milhões?
Ou será que não valem dois tostões?
Pobre ou rico, calado eu não fico.
Será que estes versos valem milhões?
Ou será que não valem dois tostões?
Pobre ou rico, calado eu não fico.
A agonia de não ter nada para dizer.
Angustiante loucura privada de génio.
Explode em mim a vontade de gritar.
Mordo-me em sangue por te ser indiferente.
Sofro demasiado neste corpo tão fraco.
Penso tanto, mas faço tão pouco.
Minto a mim mesmo, e a todos.
Constantemente idiota.
Sou eu, mas não queria ser.
Preferia ser melhor, mais do que isto que sou.
Será este o meu talento? O meu destino?
Não será certamente, tantos que são tão talentosos, tão originais.
Será deles o futuro.
Transeunte viagem,
adiando ódios de ilusões,
que chegará apenas à estalagem,
lembrando pódios de razões,
de não existir qualquer estalagem.
O avanço do Ponteiro
é uma guerra contra a estática da acção,
porque não existe roteiro
para o querer da ilusão.
Todos procuram
sem saberem que, ao procurar,
internamente recusam
o que externamente tentam encontrar.
O desejado porto
é intrínseco a cada um.
Procurá-lo é o aborto
do embrião que a todos é comum.
[Sê-o].
O que para mim era verdade, na verdade era mentira.
O que para mim era real, na realidade não existia.
O que para mim fosse o que fosse.
E se fosse mais? Se fosse menos?
Seria.
E eu seria verdade, ou seria mentira.
Sem saber nada na realidade.
Seria.
Finge o poeta o que sente
Mote
Finge o poeta o que sente
Sente o poeta o que finge.
Voltas
Ao fingir a dor que sente
Duplica as dores vividas
Dói a real e a fingida.
Doem intensa e igualmente
A do coração e a da mente.
E o poeta não restringe
As dores que a si impinge
Ele as vive plenamente.
Finge o poeta o que sente
Sente o poeta o que finge.
Em seus versos diz Pessoa
Que outra é a dor do leitor.
O que leva a pressupor
Ás vezes dá-me para pensar.
Enquanto leio um grande poema de um grande escritor penso se também eu algum dia conseguirei através destes meus recursos linguisticos limitados fazer de um poema grande.
Enquanto vos vejo dia após dia a lutarem pelos vossos sonhos com toda a vossa força de vontade, penso se também eu algum dia conseguirei assimilar vontade de ter força suficiente para lutar pelos meus.
Isto é o fim,
Não tenho por onde começar.
Erróneo dou por mim,
Na sobriedade de pensar.
Como um livro inacabado,
Jamais serei lido.
Penso o que já foi pensado,
Fui o que teria sido.
NÃO alimente inimizades!
Procure fazer as pazes com todos aqueles que estão de mal com você.
Aproveite a oportunidade de estar ao lado de seus adversários, para fazerlhes bem, em em troca do mal que lhe fizeram.
Não deixe escapar o ensejo de anular o mal em torno de você, enquanto estiver na Terra, para que, ao sair dela, tenha sua consciência tranqüila.m