Prosa Poética

A VISUALIZAÇÃO DO SOFRIMENTO

A VISUALIZAÇÃO DO SOFRIMENTO
 
ANDO SEM SABER ONDE PISO NA NOITE DE ALGUÉM,   
CUJO TEMPO NÃO TEM, MAS AO FRIO NÃO LHE CONVÉM,
PORQUE DAS SUAS ENTRANHAS MAIS PROFUNDAS, 
HAJA GENTE TRISTE E DESPIDA TAMBÉM.
 
E PASSANDO NESTA RUA DE PEDRA FRIA,
CUJO VENTO MURMURA NO ALÉM,
OIÇO UM AI! E ALGUÉM DOBRADO NA ÇALÇADA,
DOBRAVA SOLUÇOS TAMBÉM.
 
E A CHUVA APARECIA PARA FICAR NO RETRATO,
RESPINGANDO NA CALÇADA E NO VULTO,

UM PALÁCIO DE NOME PENA

UM PALÁCIO DE NOME PENA
 
VOU PELA SERRA  ACIMA 
NO MEU ESPIRITO SE ENRAÍZA
UMA FORTE PRESENÇA
PARO, ESCUTO E OLHO PARA USUFRUIR  
DA PAISAGEM QUE ME ENVOLVIA 
E QUANTO MAIS SUBIA 
MAIS A NEBLINA ME DIZIA ENVOLTA -TE NO MEU MANTO
E VEM DAÍ  POR CARREIROS E VEREDAS 
E NO CONFORTO DA ALMA
ME IMPELIA  A VONTADE
DE ME EMBELEZAR E BEIJAR

MARIA MAIO DO CAMPO

MARIA MAIO DO CAMPO Maria Maio do Campo Quem-te pintou Foi um pintor Que por aqui passou. Puxou da paleta Com várias cores E numa tela improvisada Feita de amor e carinho Pintou de soslaio E sem que desse por ela Pintou com alegria Porque a natureza Era grande e bela. Pintou montes serras e vales Outeiros campos e veredas Rios, rias e riachos Árvores, arbustos e penedos Flores de vários feitios De muitos cheiros e cores.

MÃE CRIADORA

Mãe criadora Mulher que és Mãe, criadora geras vida, Como da aurora que cria, faz nascer o dia, Que no seu infinito dá a vida à Mãe Terra também. São como pedras colocadas no meio da urbe, No meio do penhasco, no cimo do monte, Que de mesmo isoladas, pertencem há Terra mãe. Não sei quando foram colocadas, ou geradas, Mas criadas há muitos séculos, também. Sofreste por ter parido um parto amado, Criado com amor, gerado com paixão, Na tua voluptuosa vontade, cheia de emoção.

A POESIA

A Poesia I São palavras que se desfilam Numa linha muito ténue Que se agarram e acariciam De maneira que os sentimentos Não se toldem e devaneiem  II E trabalhadas com afinco Numa manhã divinal  Moldando e forjando as palavras Sai poesia afinal. III E como são buliçosas Sempre num movimento constante Sem ordenação alguma Que depois manuseadas Se alinham numa perfeita razão IV E numa parente ilusão Se alinham numa verdadeira dança Numa musica divinal  E agrupando-se vão versejando afinal  (Carlos Fernandes)

Pages