Prosa Poética

NA POESIA

                        NA POESIA

32                    Na poesia,

               Eu encontro paz e alegria;

                          Na poesia...

                      Eu crio melodia.

                          Na poesia,

          Eu penteio  o cabelo de Sansão;

                          Na poesia...

                     Eu crio fantasia.

           Ando no caminho com Abraão;

                         Na poesia,

            Eu canto o cântico de Salomão...

               Na poesia, eu canto,

              Em Cantares de Salomão.

                        Na poesia,

         Eu invento o caminho do vento...

            O vento não é nada mais,

             Que o ar em movimento;

         Eu invento o caminho do vento.

                         Na poesia,

         Eu corro a caneta lentamente;

             Só o papel é que sente...

                         Na poesia,

     Meu coração bate constantemente;

               Na poesia, faço magia... 

                   Na poesia,

                  Eu te invento...

             Descrevo como você é!

                  Até invoco a sua fé.

                         Na poesia,

                     Erótico, exótico;

            Na poesia, prosa, ou geral;

              É uma magia sem igual.

               Na poesia, eu invento...

                 O caminho do vento;

                          Eu invento!

 

Madalena Cordeiro...

 

14/10/2014............................CARIACICA-ES.......22:30 h

 

 

 

Projectar...

Projectar a vida
 
Podemos reviver aqui
nossas quânticas semelhanças
ou em outros solos férteis
projectar sôfregos
cada cálice perpétuo de vida
infinitamente expurgada
pela doce alvorada
que em minhas loucas
correrias
acabará por deságuar
no areópago sagrado
das palavras marginais
por ti hoje decifradas
 
Podemos até chegar
onde nunca foi

Delicada chuva...

Delicada chuva...
 
Ontem pisámos cada integridade contida
nos grãos de areia
desfalecidos entre
tantas solidões sofridas
e arrastadas onde desmoronam
esta palavras impressas no coração
 
Ontem, depois de sair de mim
algemei-me em tuas mãos 
já sofridas e recordadas
no canto da esperança
por cumprir ainda hoje
na íntegra,
sempre sóbria e mais rendida ao
que nos sacia e redime

Quando oiço a tua voz

Quando oiço a tua voz, fico calmo com a mente aberta: O som das tuas palavras, preenchem o vazio. Uma criatura que ainda está a aprender, o significado das letras e a ligação da ossatura. A interpretação do teu sonho realizado pelo teu desejo, faz todo o sentido como uma boia no rio. Na direção do futuro abraçado a ti, superando o bafo do vulcão. Apanhado pelo vento do tornado, a tua falta senti. Consegui agarrar uma rosa voei num dragão; do alto um castelo de espinhos, uma prisão de escorpiões. Ao lado um Medronheiro de frutos doces e selvagens, comi e saboreie um gosto piedoso.

Intemporalidade

Intemporalidade
 
Há um vazio 
nas noites dormentes
quando na ociosidade desta poesia
aconcheguei sôfrego toda a luz
no concilio da verdade
condizente nas palavras
revogadas e exiladas
neste meu padecer sem querer
de muito sentir se sofrer
quanto tanto
tanto quero amar sem 
no entanto,eu sei
se unanimemente
todo o amor merecer...
 
Resta-nos conceder ao tempo

Cotidiano

Cotidiano

Por trás de cada rosto vejo
O cansaço das obrigações
Vejo também uma ponta
de um sonho qualquer.
Vejo nascer esperança
Um bem querer...
Ou viver simplesmente!
Enquanto caminho
A vida continua seu curso.
Pessoas estão andando na praça.
correndo pelas ruas.
Algumas até...
Sem graça.
E as ruas!
Correndo estão.
Em todas as direções.
Vem e vão!
Por trás de cada rosto cansado que vejo.
Vejo uma parte de mim,
Ali, cansado junto com eles!

O amor nunca falha

O Amor nunca falha...
 
Quando olhas para o céu 
o que vês?
Talvez tanto céu
pintado aqui e além 
por um véu de placidês sempre
indulgente
onde se reflete às vezes
tanta beleza lapidada
onde tanta gente desperta
com as palma das mãos estendidas 
numa prece a Deus
roga pedindo,,,tudo...outras nada
pensando até que Deus 
de nós se esqueceu...
 
Então pede-lhe 

Acaso...

Acaso...
 
Acaso me deixes
tão só
fico somente no teu ocaso
perco-me desesperado 
entre tantos perenes abraços teus
pois sei do que falo
ah...se sei,
e querendo ou não
ainda assim
resisto ali perto do secreto sussurrar
dos nossos mais ténues embaraços
porque a vida que extravaso
confunde-se
nesta ironia repleta de desordem
e se hoje chorada

O Ancião

O Ancião

Os passos pesados.
Vão pela estrada.
Carregando a bagagem,
de tantas histórias vividas.
Ninguém mais o escuta!
Seus olhos já não tem mais brilho.
O sorriso apagou-se, com o tempo.
Esquecido está...
E já não mais se importa com isto!
Perdeu-se no tempo da vida.
A velhice sofrida... Sentida...
E uma angustia lenta.
Entremeada, de solidão.
A espera do que virá a qualquer momento.
E nesta lentidão os minutos vão...
Em vão.

Arlete Klens

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