Prosa Poética

Poema da liberdade

Poema da liberdade
 
Vai meu poema
assim tão rápido 
te reproduzas livre
nesta inusitada e errante
palavra ressurgida
na manhã que incandescente
desfalece
na metáfora resignada 
de um poema tão farto
 
Vai e maquilha-me
o tempo
tão grato que me escorre
entre as mãos
como a vida tantas vezes insubordinada
tão navegada na correnteza
de um rio sem água

Deflagração

Deflagração
 
Parei pra pensar
resisti até alcançar
parei até pra sentir
e assim continuei 
até te amar
Felicitei a vida
indo por ti inventar
tantas plenas palavras
desinibidas e recentemente
lapidadas na compadecida
imortalidade da verdade destemida
 
Parei pra chorar
e encontrei acometida
depois de soletrar e colorir
até teu canto onde me fui

Inolvidável

Inolvidável
 
Uma simples dúvida prende-me
em duas corteses palavras 
como um beijo saliente se desprende
já sem asas no meu
sentir confidente
 
Lá no infinito horizonte 
repleto de um magnifico
imaginário erigido
existirei desesperadamente
como esse ser incontestável
que me segura a vida
inimputável no degredo
que me impus hoje sereno aceitar
 

O céu chorou comigo...

O céu chorou comigo...
 
Sei de alguém que partiu
e o céu chorou comigo
sei de alguém que muito amou 
elevem-se todos os estandarte da alegria
sei de alguém que se despediu de nós, 
bailemos até que a madrugada
de novo se recoste neste destino
desafortunado
para que a saudade se exprima
ao chegar ao infinito dos céus 
e lá me confesse inaudito
o meu compromisso com Deus 
a mesma Fé tamanha, silenciosa

NA POESIA

                        NA POESIA

32                    Na poesia,

               Eu encontro paz e alegria;

                          Na poesia...

                      Eu crio melodia.

                          Na poesia,

          Eu penteio  o cabelo de Sansão;

                          Na poesia...

                     Eu crio fantasia.

           Ando no caminho com Abraão;

                         Na poesia,

            Eu canto o cântico de Salomão...

               Na poesia, eu canto,

              Em Cantares de Salomão.

                        Na poesia,

         Eu invento o caminho do vento...

            O vento não é nada mais,

             Que o ar em movimento;

         Eu invento o caminho do vento.

                         Na poesia,

         Eu corro a caneta lentamente;

             Só o papel é que sente...

                         Na poesia,

     Meu coração bate constantemente;

               Na poesia, faço magia... 

                   Na poesia,

                  Eu te invento...

             Descrevo como você é!

                  Até invoco a sua fé.

                         Na poesia,

                     Erótico, exótico;

            Na poesia, prosa, ou geral;

              É uma magia sem igual.

               Na poesia, eu invento...

                 O caminho do vento;

                          Eu invento!

 

Madalena Cordeiro...

 

14/10/2014............................CARIACICA-ES.......22:30 h

 

 

 

Projectar...

Projectar a vida
 
Podemos reviver aqui
nossas quânticas semelhanças
ou em outros solos férteis
projectar sôfregos
cada cálice perpétuo de vida
infinitamente expurgada
pela doce alvorada
que em minhas loucas
correrias
acabará por deságuar
no areópago sagrado
das palavras marginais
por ti hoje decifradas
 
Podemos até chegar
onde nunca foi

Delicada chuva...

Delicada chuva...
 
Ontem pisámos cada integridade contida
nos grãos de areia
desfalecidos entre
tantas solidões sofridas
e arrastadas onde desmoronam
esta palavras impressas no coração
 
Ontem, depois de sair de mim
algemei-me em tuas mãos 
já sofridas e recordadas
no canto da esperança
por cumprir ainda hoje
na íntegra,
sempre sóbria e mais rendida ao
que nos sacia e redime

Quando oiço a tua voz

Quando oiço a tua voz, fico calmo com a mente aberta: O som das tuas palavras, preenchem o vazio. Uma criatura que ainda está a aprender, o significado das letras e a ligação da ossatura. A interpretação do teu sonho realizado pelo teu desejo, faz todo o sentido como uma boia no rio. Na direção do futuro abraçado a ti, superando o bafo do vulcão. Apanhado pelo vento do tornado, a tua falta senti. Consegui agarrar uma rosa voei num dragão; do alto um castelo de espinhos, uma prisão de escorpiões. Ao lado um Medronheiro de frutos doces e selvagens, comi e saboreie um gosto piedoso.

Intemporalidade

Intemporalidade
 
Há um vazio 
nas noites dormentes
quando na ociosidade desta poesia
aconcheguei sôfrego toda a luz
no concilio da verdade
condizente nas palavras
revogadas e exiladas
neste meu padecer sem querer
de muito sentir se sofrer
quanto tanto
tanto quero amar sem 
no entanto,eu sei
se unanimemente
todo o amor merecer...
 
Resta-nos conceder ao tempo

Cotidiano

Cotidiano

Por trás de cada rosto vejo
O cansaço das obrigações
Vejo também uma ponta
de um sonho qualquer.
Vejo nascer esperança
Um bem querer...
Ou viver simplesmente!
Enquanto caminho
A vida continua seu curso.
Pessoas estão andando na praça.
correndo pelas ruas.
Algumas até...
Sem graça.
E as ruas!
Correndo estão.
Em todas as direções.
Vem e vão!
Por trás de cada rosto cansado que vejo.
Vejo uma parte de mim,
Ali, cansado junto com eles!

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