Prosa Poética

E se preciso for...

 
E se preciso for tatuarei os céus com azuis tão mágicos
Todos eles empoleirados num enfeitiçante eco subjugado
Tantos deles pastando no redil dos meus silêncios ali manietados
 
Surripiam cada murmúrio que macio ornamenta uma carícia atordoada
Engodam tantas gargalhadas empolgadas, aconchegantes e apaixonadas
Arrojam-se aos pés do silêncio que escorrega pelo palato das meiguices empolgadas
 

Quase Outono...

Quase Outono e o dia ali esquecido, paralisado e distraído
Quase silêncio e um lamento estático tinindo numa hora abstraída
Quase saudade esta memória perdida num cativo eco obscurecido
 
Quase insuperável brilha aquela luminescência feliz e absolvida
Quase um sonho pousando numa apaziguante solidão expedida

Zeu Sintetic

Deixa-me ser o teu Deus sintético 
A doença e a agonia divina 
A intervenção desumana 
Misturada na corrupção humana 
Deixa-me ser o teu criador 
O teu redentor, o químico sagrado 
Respira a poluição, abraça a ilusão 
Sê o espantalho nos meus dedos 
Do nascimento à morte 
Deixa-me ser o destruidor 
Aquele que consome os teus pecados 
Aquele que cria a tua prisão 
Aquele que te enche de terror 

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