Prosa Poética

O amor nunca falha

O Amor nunca falha...
 
Quando olhas para o céu 
o que vês?
Talvez tanto céu
pintado aqui e além 
por um véu de placidês sempre
indulgente
onde se reflete às vezes
tanta beleza lapidada
onde tanta gente desperta
com as palma das mãos estendidas 
numa prece a Deus
roga pedindo,,,tudo...outras nada
pensando até que Deus 
de nós se esqueceu...
 
Então pede-lhe 

Acaso...

Acaso...
 
Acaso me deixes
tão só
fico somente no teu ocaso
perco-me desesperado 
entre tantos perenes abraços teus
pois sei do que falo
ah...se sei,
e querendo ou não
ainda assim
resisto ali perto do secreto sussurrar
dos nossos mais ténues embaraços
porque a vida que extravaso
confunde-se
nesta ironia repleta de desordem
e se hoje chorada

O Ancião

O Ancião

Os passos pesados.
Vão pela estrada.
Carregando a bagagem,
de tantas histórias vividas.
Ninguém mais o escuta!
Seus olhos já não tem mais brilho.
O sorriso apagou-se, com o tempo.
Esquecido está...
E já não mais se importa com isto!
Perdeu-se no tempo da vida.
A velhice sofrida... Sentida...
E uma angustia lenta.
Entremeada, de solidão.
A espera do que virá a qualquer momento.
E nesta lentidão os minutos vão...
Em vão.

Arlete Klens

Despedida

Há um nó

preso em minha garganta.

Chega a doer

Pressionado peo sentimento

Que causa tua partida

Não penso no retorno

Só na falta que sentirei

com tua ausência.

A dor então aumenta

Só o que acalenta

É saber que também sofre

Esta dor tão nojenta.

Por que temos que ter este sentir?

Áh! Que bom seria

Se pudéssemos eternamente sorrir.

 

 

Relevos do tempo

Relevos do tempo
 
Estarei sempre atento
aos teus lentos crepúsculos
falarei apenas 
o que tiver pra falar
medindo na esquadria dos tempos
qualquer verbo inacabado
numa simples subtracção
de um legado
que se esconde ilibado
pelas ruas dos nossos
sonhos amargurados
 
Estarei sempre seguindo
em todas as tranjectórias hoje assumidas 
a benevolência premeditada no coração

Quietude

Quietude
 
Bebendo na quietude 
das cachoeiras celestiais
vou por aí ousando e calcorreando
as planícies
deste imenso céu
assombrado pela longitude arquitectónica
das palavras espúrias 
nunca ditas,
e sempre
quantas vezes quero
que reflitas
no perfil severo deste verso
previsto no meu estado de ansiedade
às vezes por mim abandonado
ao reverso da rima mais temperamental

Nada como o tempo...

Nada como o tempo...
 
Nada como o tempo
pra nos fazer esquecer do tempo
mesmo percebendo que ainda precisamos
de tempo pra dizer tudo aquilo
que ainda não dissemos
mesmo sabendo que definitivamente
mesmo perdidos no tempo 
ainda nos resta este curto período de tempo
pra gostar o suficiente de quem afinal
nos procura e desafia constantemente.
 
Nada como o tempo
imediatamente conformado

Apaixonada

Apaixonada
 
Pra quê medir a extensão do nada
se apenas temos em nós cada preposição 
de tantas palavra meigas
na justa medida
em cada comedida lágrima contida
neste manifesto quase profano
onde me concretizo
feliz contudo neste propósito da vida 
calculado entre milhões de minutos
de números anónimos,segundos perdidos
torcidos em brados inconfundíveis
multiplicados pelas preces ajustadas

Óh!

Preciso fugir de tudo isto

Há muito que as decepções

me perseguem.

Há dias cheios de cores

E muitos perdidos 

na bruma do esquecimento.

Enegrecidos pela escuridão maldosa.

Houve um tempo em que tudo importava.

 Na busca pela perfeição.

E eu vejo tudo agora

Tão imperfeito!

Esta busca sempre, causou-me aflição.

Preciso fugir desta cidade fantasma

Que mora aqui dentro de mim.

Muits vezes ela machuca.

E tenho medo vir a ser

Mais um na solidão.

Preciso entender esta vida.

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