Prosa Poética

Olhar de Leoa

Na demora desse olhar de mim em ti

penetro a orbita em círculos e desapareço,

mas um desesperado ímpeto me faz desobedecer.

 

Insatisfeita e faminta volto de garras afiadas

por entre a noite espessa e imóvel,

mas desta vez para matar,

a fome e a sede do desejo carnal.

 

Gila Moreira 05/03/2014

 

"MOMENTOS ESCALDANTES"

Abeiro-me de mim,

minha boca abre,

se quiseres,

podes beber a minha língua para aprofundar

o sal da minha sede.

 

Sou a mulher sedenta

soprando ternura,

transpirando desejo no deserto vazio

onde os lobos uivam de prazer ardente.

 

Minha pele grita, contra as falésias e

Na pré- aurora,

onde tenho-te em mim mais ardente,

Sou tua amante.

 

O teu amor

Quando, nos encontrámos,  por sorte ou acaso do destino
Minha alma, fugia da vida, torturada pela cruel dor da desilusao.
Teu amor, com doce ternura, foi a melhor cura, divino bálsamo.
Coragem, fé, para acreditar na vida trouxes-te ao meu coracao.
Meu amor, deste-me do universo a mais bela e luminosa estrela
Ternura, sonho , desejo e loucura, a vida tornou-se doce e bela
Maravilhoso sentimento é o  teu  amor, tesouro da nossa vida
Até á  distância, é sentido, bela luz em nossa amizade contida

Paralisia do Sangue

Os olhos descansam no fundo do mar,

as mãos navegam o arrepio da pele,

o texto dança,

a vertigem afunda o verde do Amor.

 

Sinto o ar que escorre na ideia do corpo,

o sopro com a língua de mar,

a liberdade dos pássaros,

o fogo do Sol e

a paralisia do sangue.

 

Gila Moreira 19/02/2014 - Martim

A Natureza

Neste meu sangue imaginário

toda a Natureza resplandece.

O infinito dos meus olhos descansam

no fundo do teu manto branco.

 

Falaremos das aves onde o mundo recomeça no vento,

das flores onde a consciência das cores e

da fragrância embelezam – te,

da água cristalina que te mantém viva,

do Sol que cintila com o alfabeto inteiro de ardência,

da boca da Noite onde morre a Aurora,

da Lua que agita o Mar,

Aqueles Momentos

Meu amor nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!

Lembras-te daquele fim da tarde que se prolongou até ao nascer do dia?

Tu tremias e eu tremia,

a timidez dos nossos lábios encontraram-se num beijo prolongado,

e tu amor, deixaste caído o lábio dormente e dizias-me apaixonado  não e sim.

E a noite de verão á chuva, que deu vez à aflição dos desejos incontroláveis, lembras-te?

Foram tantos os momentos únicos de amor!

Percorro

Percorro, num arrepio de pele,

em direcção contrária dos ventos intemporais de paixão,

e sacio a fome infinita do desejo

no abraço que me aconchega

sobre os olhos deste céu que chora.

 

Gila Moreira 17/02/2014 - para ti (Sameiro) - A distância não deixa longe o está dentro.

 

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