Prosa Poética
Livro fechado
Autor: Gila Moreira on Wednesday, 22 January 2014Redijo textos em livro fechado,
páginas rasgadas da memória,
com palavras que trespassam o espírito e
preenchem o título do livro “Vida, desejo e Amor”.
Dedos cansados,
quentes,
derretem as sílabas que queimam o papel,
poder do verbo em livro fechado.
Esquecida e ao teu lado,
sou o livro fechado.
Gila Moreira 22/01/2014
Guerreira do Amor
Autor: Gila Moreira on Wednesday, 22 January 2014Meus lábios estremecem… quando
a minha boca chama-te,
meu rosto brilha… quando
os meus olhos procuram-te,
teu perfume marca o caminho… onde
o meu silêncio cheira-te,
meu corpo arrepia… quando
as minhas mãos acariciam-te,
meu peito desmaia… quando
o meu coração aconchega-te
nesta guerra de Amor.
Não sei onde vais respirar,
sempre que esta força repousante do coração aparece,
Dormir
Autor: Gila Moreira on Wednesday, 22 January 2014Quero dormir de mim,
ausentar-me,
dormir para não existir.
Não procuro descansar,
só quem sabe morrer
termina de ser.
Preciso tanto de dormir,
esquecer-me do tempo,
do nada,
do tudo,
nunca pensei que esta escolha me agitasse tanto.
O meu corpo não dorme,
reboliço de lençóis se misturam,
durmo como os bichos,
poema
Autor: Luisa Demétrio ... on Wednesday, 15 January 2014"Num lancinante fundo onde o caos escriba o sexo em prosas que despes ao longo de um precipício, a minha abertura interior, trémulo, concentras-te nas labaredas que ardem e nos afundam num tempo que não é de ninguém, porque a poesia é um nome largo, o grande pulso que reflecte as folhagens em brasa que gemem expelindo impulsos longos, seivas compactas, odores entre as humidades em áreas delirantes, as figuras de estilo nos baixos ventres, a vulva onde o assombro é uma única poça de água, o êxtase onde são visíveis os lábios secretos de um poema"
Luisa Demétrio Raposo
Choro
Autor: Gila Moreira on Tuesday, 14 January 2014Porque choro-te?
Mutação de Amor que me consome desde do vazio ao espaço,
até a loucura do último momento me consome,
deixa-me sofrer-te,
chorar-te,
só assim posso vestir-te em mim,
sou eu que germino o verbo Amar no meu ventre.
Todos os desejos ecoam no meu corpo,
onde e Quando o teu espírito amassa a fome
da minha ânsia.
Nossos caminhos conhecem a luz que nos alimenta.
Amas-me?
Eu amo-te.
Responde-me mais dentro do que o sangue,
não sofras só,
Hoje sou a mulher silêncio
Autor: Gila Moreira on Monday, 13 January 2014Respiro-te no vácuo do meu ser,
teu nome prende-me a fala do corpo,
ventos de desejos encurralados no espírito
abafam o tempo ,onde,
hoje sou a mulher silêncio.
Gila Moreira 13/01/2014
Hora da Saudade
Autor: Gila Moreira on Friday, 10 January 2014Esta é a hora mais longa que em mim adentra,
a Hora da saudade.
Dói-me o pensar de sentir-te em presente ausência.
Hoje, jamais se apagará o nome desta hora,
amanheci na página mais amante do meu livro,
a primeira hora da Saudade.
Papel vazio que enche a silente hora da Saudade,
demanda perfumada em desejo de viver sem
tempos extintos,
sequestrada tinta que contraria a presença do tacto,
Deixei De Ser O Que Nunca Fui
Autor: Renato Laia on Thursday, 9 January 2014Devo ter começado a morrer numa qualquer tarde de melancolia estival,
Da qual me lembro agora por já a haver esquecido nos meandros da memória...
Quando foi que deixei de ser Eu para me tornar nisto que sou?
Nesta coisa amorfa e sem ânimo, nesta viscosidade apática?
Não me consigo lembrar de quando tudo começou a acabar...
Sei que agora vai acabando, lentamente, sumindo-se como areia por entre os dedos!
É tão estranha esta sensação de me olhar ao espelho e não mais me reconhecer,
Sismo do Amor
Autor: Gila Moreira on Thursday, 9 January 2014Venho aqui despir-me e banhar-me em ti,
entre o Sol da noite e a luz do amanhecer.
Devora-me se puderes,
devora a minha urgência de transformante de tudo em nada,
ser o não ser do ser desejo em atmosfera inflamável.
Respira-me o ar inteiro da paixão até nada,
apenas vapor da pele,
rasga-me o recatado beijo de lábios,
em quatro lábios na partitura da ânsia,
verte-me em pedra húmida até á margem
do remanso afecto.