Prosa Poética

Ditados da Alma..

Ditados da Alma..

 

Poesia  que corre nas veias,

tinta de sangue poético

expelido pelos poros da pele,

letras dançantes ao ritmo cardíaco,

amantes do movimento imóvel da natureza das Sílabas.

 

Encontro-me no singular da noite,

esvazio-me no tempo e questiono-me no zero,

desfaço-me na árvore e desconexo a raiz

Onde o Desejo perde o nome.

 

Sofro a manhã,

sois de mim paralisam mares e glaciares,

cânticos novos fecundos em prados verdejantes,

Falésia do Amor

Falésia de Amor

 

Rasgo-me verso a verso,

subo até á boca da veia do texto sem regresso,

bebo-te o embebido tónico de Amor.

 

Agito-me na intensa argila húmida da Origem,

Lavro-me letra a letra sobre o teu corpo,

Faço e desfaço todo  o feitiço presenteado pela Lua.

 

A minha mente tende para o limite

em pele nua, onde tudo ferve sem vapor.

Rasgo outras linhas

e Amo um novo texto.

 

Parto para outro poema incerto,

por caminhos íngremes e frios,

O expoente das palavras

O expoente das palavras

 

Estou no meu expoente máximo das palavras,

desvendo o mistério

na densa atmosfera de paixão,

namoro  quem me namora o momento.

 

Escrevo para ti sobre ti,

revelações da lua que soltam os pássaros

que nascem no deserto quente.

 

 

Escrevo de mim sobre mim,

o fogo que arde em chama,

nas sílabas de tacto,

na mão que agarra o instante

e um novo mundo fecunda.

 

Promessa que rasga o texto

de Amar – te é a verdade

A Porta da Verdade

A Porta da Verdade

 

Esta é a porta que arde para ti

na espera, na verdade da

chave que abre a porta nua.

 

Sou a porta aberta que nunca dorme,

escrevo na página aberta do livro

para não sentir a tua ausência.

 

Rios, glaciares

abrem as portas à vida,

tocarás o fundo em simetria de mim,

novos mundos se abrirão em procura

do principio da origem.

 

Entra a verdade e

sai a realidade

de ter-te  na minha morada.

 

Calçadas pisadas,

A Cama

A Cama

 

Cama nómada que colhe os ventos das estações,

a espiral do amor sequioso,

o fogo fragmentado das nascentes de mim,

o respiro ardente e abrupto dos Amores,

em lençóis de pele nua.

 

Bebo-te o desejo frágil em sílabas de carícia,

tu és o meu texto das palavras perdidas,

tu és a página principal do meu livro,

tu és o corpo em espaço vazio,

tu és a essência da existência,

 a fonte da caligrafia do tacto.

 

 

Leito  de pele onde repousa o feminino,

A Revelação

A revelação

 

O meu amor por ti já não é secreto,

declarei guerra  amigável á escrita,

não vou parar,

graças ao teu amor o meu mar vive sereno,

em águas agitadas de ti.

 

Colho no teu ser a beleza do poema,

guardo com ternura no alfabeto do Amor,

em momentos de carinho são expulsos

para o texto em caligrafia de mim.

 

Esta é a revelação sublime

de um amor escondido,

planta amada semeada em terra deserta,

escondida na sombra da erva agreste.

 

UM RIO DENTRO DE MIM

AS VEZES SINTO, QUE A FOLHA EM BRANCA ME CHAMA.

MAS...AS PALAVRAS TRÊMULAS , TEIMOSAS...

SOMEM.

AS VEZES A FOLHA DANÇA!

CHAMANDO-ME A BAILAR!

UM BAILADO NATURAL...

DESENHOS DE MIM.

COMO RABISCOS E RISCOS.

CARICATURA DE MEU ÂMAGO.

EM MIM NASCEM, E CRESCEM COMO CRIANÇAS.

MISTURAM-SE, MUITAS VEZES AO MEU SENTIR.

DERRAMAM-SE EM CASCATAS, E CORREM LIVRES...

COMO UM RIO DENTRO DE MIM.

O Reconhecimento

O Reconhecimento

 

Reconheço que nunca me abandonaste,

deixaste que fizesse as minhas escolhas ,

acreditaste que o verdadeiro amor seria reconhecido.

 

Reconheço a tua timidez e os teus medos que

deixaram a distância aumentar,

e foi aí, nessa minha derrota emocional que,

tudo recomeçou,

mais forte e deixou de ser singular.

 

Por fim, reconheci o teu Amor por mim,

nunca desististe de nenhuma guerra,

das mensagens mudas,

da noticia do distante que um dia foi anunciada.

Na melodia da Lareira a crepitar

Na melodia da Lareira a crepitar

 

Visto-me de ti em pele nua ao som

melódico da lareira a crepitar,

o véu despe o momento onde dois corpos ardem,

no momento do constante desejo.

 

Beijos de lábios espelham a alma

no manto sedento  e orvalhado da paixão, que arde

ao compasso da melodia da Lareira a crepitar.

 

Tudo arde em ritmo aceso,

meu corpo já não é mais o meu,

abre-se a cripta de mim que aconchega

a argila em lava húmida, e

a chama eterna acende.

 

O Momento

O Momento

 

O momento único que guardo no coração é

o teu sorriso desenhado na tela do rosto,

a ternura da carícia dos teus dedos de água fina

pousados no meu novelo de fios de seda que envolvem a mente,

o sentimento de saudade que transborda no olhar,

a tua ausência em presente Amor.

 

Faço do Momento Outonal as cores da paixão,

o desejo acolhedor das asas de que eu sou feita,

a música sinfónica do vento em corpo de mim,

a liberdade de ser na razão do existir,

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