Prosa Poética

partisan

The Partisan
 
 
 
Quando eles vieram pela orla
Eu fui avisado para render-me,
isto é o que eu não poderia fazer.
Peguei minha arma e desapareci.
Eu mudei meu nome tantas vezes,
Eu perdi minha esposa e filhos
mas eu tenho muitos amigos
e alguns deles estão comigo.
Uma senhora nos deu abrigo,
nos manteve escondidos no sótão
então os soldados vieram,
ela morreu em silêncio.

Terna é a noite

Terna é a noite escondida na penumbra das sombras oscilantes
Breve o silêncio que pernoita no felino ondular do tempo delirante
Magnifica a escuridão que se alimenta de elípticas ilusões gratificantes
 
Terna é a noite aconchegada às minhas preces serenas e extasiantes
É Infecciosa como mil sussurros pandémicos, vorazes e intimidantes

Pelo brilho das estrelas

Sigo o brilho das estrelas e da sua luz beberico o mosto 
Das ilusões mais fantásticas…tão absurdamente inexoráveis
Assim se embebeda o cosmos vadiando por breus tão afáveis
 
Sigo o trilho da noite e encontro nos céus aquela
Escuridão quase espampanante, prisioneira de fé exultante

Entre chuviscos

Entre chuviscos o tempo liquefaz-se num desejo impiedoso
No limbo das palavras só o silêncio jaz radiante e suntuoso
Sem pestanejar a dia queda-se entre famintos afagos  maviosos
 
Entre chuviscos a solidão encastra-se nos lençóis de um sonho sedoso
Nos píncaros da noite a paz enleva-se no mastro dos sussurros assombrosos
Cada breu é um bálsamo fértil e faminto prostrado no silêncio meticuloso
 
Entre chuviscos a vida renasce no estampido precário de um eco vertiginoso

O pavimento do silêncio

O pavimento do silêncio assoalha a solidão com palavras urgentes
Sublime e dolorosa a luz requenta todas estas emoções estridentes
E doidamente dormita nas notívagas paisagens de um sonho impertinente
 
O pavimento do silêncio é flutuante e assente num breve sussurro fluente
Calçam os passeios com empedrados e basálticos uivos mais coniventes
Afagam o lajedo do tempo onde caminham incólumes segundos repelentes
 

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