Prosa Poética

- São Lágrimas -

São lágrimas contidas,

lágrimas que o coração não reconhece,

lágrimas expulsas da alma,

lágrimas do tempo que ancoram

no porto presente,

lágrimas de mais lágrimas,

pequenas e finas que escorrem

no meu,

no teu,

no nosso rosto.

São lágrimas quentes

depositadas em pele fria.

Lágrimas  salgadas que doem,

que ferem,

que mordem a dor.

Lágrimas doces da alma dos inocentes,

puras,

límpidas,

verdadeiras,

Intensamente expressiva

-A Boca em Corpo –

O caos da boca embebeda a veia

e estremece os lábios soberbos de beijos.

Boca de jardim que desflora a paixão,

bebo o incessante desejo e

quero-te aqui mais amante que a Aurora.

O meu corpo é outro mar mais leve que o meu,

Onde e Quando:

- o meu mar de desejos incendeia o ardente corpo meu,

- a mão que procura a areia fervente,

- arde dentro da nuvem vazia.

Dói-me o tacto,

dançamos oscilantes sobre a pele

de fogo-mais-fogo,

transpiramos a boca,

POR QUE TU,  

ÓH MORTE!

VIVE A RONDAR MINHA VIDA?

SERÁ  QUE SABES...

NÃO TER EU, MEDO DE TI!

ENTÃO TU,

MORTE SEM GRAÇA!

FICA AOS POUCOS, A MATAR-ME AQUI.

JÁ TENTOU, TIRAR DE MIM A INFÃNCIA,

NA ADOLECÊNCIA QUERIA EU PARA TI!

E AGORA, ABRIU AS PORTAS DAS DORES.

SÓ DESGRAÇAS, TU TRAZES PRA MIM?

POIS ENTÃO, MINHA CARA, EU TE DIGO.

É DIFÍCIL, LEVAR-ME DAQUI!

FICA TU A TENTAR ME MATAR!

E EU DAQUI NÃO QUERENDO ME IR!

FECHO A PORTA ESCURA DA MORTE.

E PRA VIDA CONTINUO A SORRIR.