Prosa Poética
Penumbra sensual
Autor: Frederico De Castro on Sunday, 17 April 2022Entre chuviscos
Autor: Frederico De Castro on Sunday, 10 April 2022
Entre chuviscos o tempo liquefaz-se num desejo impiedoso
No limbo das palavras só o silêncio jaz radiante e suntuoso
Sem pestanejar a dia queda-se entre famintos afagos maviosos
Entre chuviscos a solidão encastra-se nos lençóis de um sonho sedoso
Nos píncaros da noite a paz enleva-se no mastro dos sussurros assombrosos
Cada breu é um bálsamo fértil e faminto prostrado no silêncio meticuloso
Entre chuviscos a vida renasce no estampido precário de um eco vertiginoso
O pavimento do silêncio
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 7 April 2022
O pavimento do silêncio assoalha a solidão com palavras urgentes
Sublime e dolorosa a luz requenta todas estas emoções estridentes
E doidamente dormita nas notívagas paisagens de um sonho impertinente
O pavimento do silêncio é flutuante e assente num breve sussurro fluente
Calçam os passeios com empedrados e basálticos uivos mais coniventes
Afagam o lajedo do tempo onde caminham incólumes segundos repelentes
Numa doce brisa
Autor: Frederico De Castro on Sunday, 3 April 2022Em nome da razão
Autor: Reirazinho on Thursday, 31 March 2022Excerto sobre a linguagem
Autor: Reirazinho on Thursday, 31 March 2022Como introduzir um sentimento em linguagem? Pouco importa o que expressamos, nunca é de fato o real sentimento citado, apenas meras idealizações pueris da nossa cognição. Por qual motivo usar a dor como motivo de marketing, senão a promoção das iguarias saborosas do sofrimento alheio? Cada um degustando o prato da lamúria do outro, contemplando a dor de outrem. Já dizia o velho rabugento de outrora: ''A única alegria do rebanho é quando o lobo come a ovelha do lado''.
Solitariamente
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 30 March 2022Infinito paradoxo
Autor: Frederico De Castro on Friday, 25 March 2022
Neste infinito paradoxo ausenta-se a lógica e a antítese
Dos silêncios paralelísticos, linguísticos e tão contraditórios
Resta à intuição lúcida e incoerente redesenhar as mesmas
Discrepâncias contidas em tantas palavras impugnadas e irreverentes
Neste infinito paradoxo a convexidade de um eco plana à superfície
No meio de mim
Autor: Frederico De Castro on Friday, 18 March 2022
No meio de mim flutua uma prece corroborante e prolixa
Sucinta toda ela se engalana de palavras corteses e profundas
É o retrato da fé que se esgueira no meio de luminescências fecundas
No meio de mim o silêncio traduz-se num eco casto, esdrúxulo e gentil
É o axioma matemático onde se multiplica um afago e um olhar de perfil