Prosa Poética

O perfume da invisibilidade

Invisivelmente o tempo submerge ao redor de
Uma surpreendente fluorescência quase, quase irreal
Banal, tão banal a manhã traja uma prece mui consensual
 
Invisivelmente cada hora propaga-se num milésimo segundo real
Sua plenitude amara juntinho àquela lágrima infeliz e substancial

O que fazes aí...

O que fazes aí…sentada cabisbaixa tristonha e solitária
A manhã nasceu e ainda inacabada além fenece sedentária
Triste, tão triste se tornou qualquer emoção prantiva e consternada
 
O que fazes aí…olhando para o tempo oscilando num tsunami
De lamentações poéticas desassossegadas e absurdamente sumárias
Deixa que alma penetre do âmago das melancolias mais prioritárias
 
O que fazes aí…esquecida num centímetro de silêncios tão usurários

Humanos

Nota mais baixa
Desde teste humanitário
Sou a desventura em serie e a triste promessa ?
Mundo de Deus , mas quem a farra organiza é Satanás
Sou humano de coragem pequena e de armas nulas !
Devagar vou abrandar
Meus demônios que pedem desenvolvimento ...
Não estou contemplado na lista dos blindados
Dos tesouros nacionais
Nem na ala dos privilegiados .
Nem serei alistado soldado para tal batalha viver
Nessa guerra corrente
Que extirpa o coração indelicadamente
Eu queria ser menino e permanecer

Travas

Há travas nas lembranças
E o que sobra realmente para o hoje
E o lamento desesperado
Sem dias marcados
Em ter a preocupação preciosa
Dos piões, balões,
Toda colorida papagaiada que preenchiam o azul do céu
Cadê o carrinho que arranhava o asfalto
Em quatro rodas cromadas
Cadê as bolinhas de gude elegantes
Meus parentes que só nas fotos encontro,
Ficaram emudecidos com o tempo
Não se despediram ?
Se trancaram na memória de Deus
Com muitas fechaduras.
Trancas ocultas...

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