Prosa Poética

Ódio Latente

Ódio latente que me faz lamuriar sobre essa vida
Nenhum senso de esperança
Somos levados a acreditar na mentira da esperança
Enquanto somos levados discrepância
Falsa liberdade, mentira da verdade
Escravo da liberdade, senhor do ócio da maldade
Nunca pedi para entrar, mas sou obrigado a sair
Todavia, um porém, um ótimo porém: sou livre
Como um macaco enjaulado na gaiola, sou livre
Livre para morrer e com amargura no coração

Ontem

Então o ontem retorna,
Trás a face amarelada, como o sol brilhando lá fora.
Balbucia algumas palavras.
Apenas finjo ouvir.
Sorrio, pareço FELIZ?
Que importa!
Desde que o ontem volte sempre,
Bata em minha porta e entre. Trave uma batalha com o hoje. Temos algumas horas ainda de sol. E até que a noite nos cubra, vou sorrir. Nos encontramos outra vez amanhã.

Estático

A minha mente é como a neblina estática e vazia. Ela permanece ali, com seu cheiro amadeirado e com seu toque adocicado de tenaz idealização; o contraste da incoerência foge de minhas mãos, assim como a clara luz desaparecida no breu que é o meu sentimento. A vontade de permanecer no ar transpassando noites, dias, verões, outonos, invernos e primaveras está esgotada por amargos pedaços de ambrosias angustiantes. Após mastigá-las, a explosão de sofrimento sai dos meus lábios e transpassa em estações obscuras para o meu próximo.

Mal-estar

Renascimento ilusório aquele na qual às artes, os costumes e as virtudes faustianas são nébulas que um dia respiramos. Não houve renascer, não houve fênix que de suas labaredas jorraram brasas ao redor do campo, iluminando a faceta jovial de nossos povos; o contrário, o espírito apolíneo construído na arquitetura dórica do nosso ocidente, foi plasmado por quedas contínuas e longínquas. A escultura do mundo trinca por antagonismo dos homens em compreender o conjunto vazio que eles mesmos criaram.

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