Prosa Poética

Procura

Vai… Não olhes para trás

Deixa que te fiquem as mágoas

Leva contigo o sonho

Agarra-te ao eterno, a ti…

 

Lava a alma com o vento que te sopra no rosto

Com a chuva que te molha o corpo

Com o frio que te trespassa os ossos

Não guardes o sorriso que teima em sair

 

Quem és tu? Sabes?

Há quanto tempo finges que não existes?

(DIS)CONCORDÂNCIA

Nem quebrando nem nos apegando

À tradição por mais importante

Que seja. Ou, de tão importante

Que é não pode ser levado(a)

Demasiado a sério.

.

Desenvolvo e não desenvolvo um

Tema, que sou racional e intuitivo,

Dou e não dou título, cultivo

E não cultivo, sou e não sou forma.

.

Não forma que é vazio, cheio,

Meio cheia(o), totalidade, unidade,

Variedade, forma, cerimónia,

À vontade, atenção, felicidade…

.

Novos(as) levam filhas(os), alunos(as)

YIN-YANG

Num momento(a), só um(a) vista(o),

Momentos… depois o um e a uma

Vistos(as) e não vistos

que é dualismo machista.

.

Não é possível yang sem Yin

nem yin sem yang. É possível

51% de um e 49% de outra

E vice-versa…

.

Quanto maior ou menor a ambição

Mais tempo, maior a lentidão

Em chegar ao compromisso

Da vida plena, da iluminação,

.

Da respiração serena, aprofundada,

Vasta, serena, eventualmente

Parada; da cerimónia; da reverência

Até tu...silêncio !

Na lezíria do tempo desnudo todo
Sossego disperso numa lamúria acantonada
Nesta esperança conversa nutrindo o global
Momento de solidão ali imersa e bem escrutinada
 
Até tu, silêncio ceifas da noite uma ilusão tão sórdida
Peregrinando pela escuridão que agora se desfaz num pranto

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