Prosa Poética

Minha Senhora

Senhora minha sombra coberta de escuridão

Voz uniforme, gerada num vazio tão conservador de vários tormentos passados

Os ossos que se partiram agora encontram-se reduzidos a pó, o sangue derramado seco na terra

O corpo há muito queimado pelo sol de uma senhora outrora coberta de escuridão

Espinhos cravados na pele há muito morta

Uma criatura que habita na sombra, bestializada em puro instinto arranca a sua pele convertendo-se num monstro desumanizado

sonhos

marisa nasceu para repor o seu irmão falecido

Rosa a mãe, sempre tem o mesmo medo:

será que os meus filhos têm o meu dom?

rosa jamais esquecerá o seu filho perdido,

talvez levado pelo seu genético enredo,

mas sonhar é tão bom!

Rosa prevê o futuro através do sonhar

descobri-o ainda pequena

de início feliz por isso, mas depois: acho-o o pior azar!

desejando até não ter crescido,

tal eram as visões que vinham-na atormentar

mas após duas décadas o dom desapareceu sem qualquer som,

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