Olhar intruso
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 12 July 2017
A solidão deixou descampado
Teu olhar singelo
Enterrou as tristezas que tombam
Na larga caminhada dos semblantes
Imperceptíveis espiando a noite feroz
Prosa Poética
In extremis
Autor: Frederico De Castro on Saturday, 8 July 2017
Todo eco invade o olhar brilhando na candura
De muitos gestos latentes deixando sem remetente
Aquele sorriso oculto na perfumada lembrança que
Reinvento cada vez que acoberto festejos e folganças
Inquilino do silêncio
Autor: Frederico De Castro on Tuesday, 4 July 2017
Cambaleia a luz através deste meu
Tédio perfeito
Inquilino do silêncio quase inquisidor
Mirando-se ao espelho onde se reflecte
A noite embebida num milésimo segundo conspirador
Vou envelhecendo como os dias transitando na vil
Incauto silêncio
Autor: Frederico De Castro on Sunday, 2 July 2017
Orquestrados sorrisos gargalham no
Esteio de um verso insuflado de alegrias
Parafraseando até o silêncio incauto, precário
Suturando cada dia com tantos abraços solidários
Ventila a primavera seus perfumes refrescantes
Banhando o relento da noite que madruga astuta e traficante
Lugar comum
Autor: Frederico De Castro on Tuesday, 27 June 2017
É património desta humanidade onde
O sonho peregrino feliz gemeu acomodado
Aos bastidores da vida numa precisão de olhares
Valsando orquestrados
Em dribles de cumplicidade colorindo os sonhos
Que baloiçam assim adestrados
Indefesa tristeza
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 22 June 2017
O perfume do silencio palpitará entre
Todos os paladares degustados num
Medonho dia onde se despenhou um
Lamento implícito e tão tristonho
Ali repousam vagarosos e improvisados
Todos os cânticos inéditos e recônditos
Astuta saudade
Autor: Frederico De Castro on Monday, 19 June 2017
Pelos olhos amendoados de um sorriso casto
Deixo laqueado o sonho embrionário revelado num
Gesto ou súplica aconchegada à placenta do tempo
Onde se queda o imperceptível silêncio combalido
Sangrando no endométrio deste meu uterino verso
Engravidando a saudade assim tão fetal
Nunca é tarde...
Autor: Frederico De Castro on Friday, 16 June 2017
Nunca é tarde
Para demover cada hora em fuga pelo tempo
Aditar à duna dos meus silêncios uma ampulheta
De lamentos escorreitos remexendo nas poeiras
Graciosas guerreiras onde embalsamei a vida antepassada
Multiplicando cada distância mais movediça e traiçoeira
Trajecto lunático
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 14 June 2017
Qualquer hora passa despercebida alheia ao tempo
Que se envolve nas teias e gemidos de cada segundo
Inviolável e inebriante deixando-nos inconsequentes
Distâncias algemadas à moldura do silêncio tão eloquente
Dentro do silêncio
Autor: Frederico De Castro on Saturday, 10 June 2017
No estilo poético das mais nobres divagações
Evoco a sublime coreografia dos versos solitários
Misancene das inspirações inquietas deambulando
No proscénio das minhas alegações finais onde dou
Guarida a esta fé tatuada numa oração quase irreal
