Soneto
Ave Nocturna
Autor: Rute Iria on Thursday, 11 February 2021Toe alar a evagação, explua a henose (1) ao ascenso...
Subleve-se na peia diurna que dista
Do eixo do eudemonismo, a ave niilista
Entrebate-se em ilinx, Manfredo (2) intenso.
É ulana, é Trafalgar (3), p'lo sol apenso,
Que esplende em anagogia numa ametista.
Antepõe a angélia em verve petrarquista
Ao que de dial lha obnumbra. Carpe incenso.
Transverbera, na absconsa hora, histerese,
Desnua-se de sofismas, assim ase em
Levez, revoe ecuménica, ondeie, ensede
Criança
Autor: WILSON CORDEIRO... on Thursday, 21 January 2021Sinto saudades desse passado imutável
Qualquer lembrança como adereço
O presente que falta hoje e careço
Oferta do que na atualidade não é admissível
Como as linhas da mão que não desaparecem e delegam
Lindas brincadeiras, felicidade que não renego
Imagens antigas que aquece amores, que me apego
Alimentaram sonhos eternamente calientes que se deram
Eu ainda sinto a nitidez de ser jovem
Apesar do corpo entristecido
Tomara que felicidade e o amor se renovem
Saudade
Autor: WILSON CORDEIRO... on Sunday, 10 January 2021Tua falta não há apaziguador complemento
Entristece me pela raiz com profundo tormento
Olhos sem candura são espelhos a lagrimejar
Saudade é ponte defeituosa para amar
Abraços desfeitos ,teus lábios de todo mel
Não tenho asas, ou anjo a merecer o céu
Saudade assustadora é fogo fátuo a queimar
Torna descontente , garganta seca e sem ar
Saudade prima da superstição a confundir
O que é real e o que nunca na vida vai existir?
Essa falta e a distância, temo sucumbir
natal
Autor: Sílvio Alves on Friday, 25 December 2020Natal do homem só e desditoso,
Natal dos tristes e dos covizados
Natal do vizinho suspeitoso
De ceias virtuais sem convidados
.
Natal de pérfidos vírus descartados
Nas ruas, em máscaras dolosas
Por mãos de vermes descerebrados
De mãos acéfalas e desafetuosas
.
Natal, Natal dos gritos abafados,
Tristeza e sorrisos castrados
De pinheiros ornados a solidão
.
Mas vai ser também natal de esperança,
Dobrem sinos pelos tempos de bonança,
Resiliência, muita fé no coração
Da Fisicalidade
Autor: Rute Iria on Friday, 25 December 2020Resseca uma clepsidra que se hastilha,
Sequaz da Galatea (1) marmorizada,
Hebeta-se em atimia, evola-se e nada
Lhe lidima uma Becky (2) por cartilha.
Entretanto o capcioso fluir dedilha...
Em distopia, o condir, em adversão afiada
À flama de um efésio (3), onde arde a mónada.
Em aporia, o devir lanha qual cilha.
Verberada, a centelha auroresce ainda
Numa "navalha de Ockham" que não ensarta
O adiáforo. É somente um áster que blinda
Apreço
Autor: WILSON CORDEIRO... on Saturday, 19 December 2020Tenho apreço por qualquer afeto
As vezes esqueço do amor
Por se fazer tão discreto
É famigerada, e forte a dor
Vou dormir, e sei que necessito
Mas parece que a simples necessidade,
Do sono importante, não o pressinto
Rouba me o amor a liberdade
Sou marinheiro e muitíssimo sonhador
Nunca naveguei no mar de infinito amor
Há mais seres humano em desamor?
Há sonho sem sono ou sorriso fechado?
Mas há quem extingue esta morte!
Na vida, apostas na roda da sorte
Em Chamas
Autor: Rute Iria on Monday, 16 November 2020Na noosfera de Caíssa em "Scacchia Ludus",
Adeja um equilibrista na neblina.
Mistral, abscinde ameias em agoge hialina
Ensambla Galahad, sulco denudo.
Proceloso, abalroa fátuos entrudos.
E, róscida, colima-o a guilhotina...
Ipso facto do alvor que ele insemina
Num "Mabinogion" fósmeo, vão. Contudo
Ao estrondear como Thor urgisse atrás
Aos que intentam ilaqueá-lo em crase soez,
Coruscado, extar-se-á, se rarefaz,
Dormir
Autor: WILSON CORDEIRO... on Monday, 16 November 2020Vou dormir,sem desejo ainda
Tempestades na minha mente
Padecem meu juízo demente
A dor é, angustiante infinda
Pelo insano e grande cansaço
Vida tirana se faz de estimação
Interrompe a pouca animação
E sem guarida, a vida nega o abraço
O calor humano inexistente
Preciso dormir e pretendo
Deixar a dor fria, impotente
Incertezas nesta trajetória
Apenas sei, quem atira pedras
Tem uma estrada sem vitória
Intocável
Autor: Rute Iria on Wednesday, 21 October 2020Apodo "ferocactus" se sem hipanto,
Num cárcere de gelo, qual jazigo.
Esgrime o seu vil naipe, até consigo,
E anela por Porphyria* e doravante
Mimetiza em cristal Plutão porquanto
Obdurado, senão ao toque - erodido.
Na fria horripilação do desabrigo,
Aninha-se em si só, recalcitrante.
E todavia... plasmado em Shelley, um véu
Embai, como em Shalott**, as cordas mesmas
Daquela harpa indelével, cosmo seu,