Soneto

Dor de quem ama


Saudade tamanha e dor sangrenta
Viver tristemente  a dor sozinho
E no coração esta dor não se contenta
Chora a dor por  dentro apertadinho
 
 
Acalmar o peito e o veneno sofrimento
E de mim fosse desfeito antes da morte, o fim
Que não esquece  de aumentar  o descontentamento
Saudade  e tristeza , acasalam dentro de mim
 
 
Quiça! Deus lembrará do filho que ama?
Hoje, um coração que padece em grilhões e dor

Oceano

O oceano  onde me prende e distrai
Os de águas claras é santíssimo
Nem um pingo me vê benquisto
É no oceano profano, o que me atrai

Lanço me ao mar em longas braçadas
Sem perder o apetite alegre pela vida
Levo  em consideração a felicidade esquecida
Em derradeira tentativa sofrida,  lançada

O amor distante em águas passadas
Fui romântico na boemia anterior
Pra romântico nato, esta vida é antiquada

A Geleira

Transpasso paredes aparentemente intransponíveis
Quem me dera que fossem corações
Ouço, mesmo na mudez da minha fala e ações
Quero de volta o amor que tornaram indisponivel.
 
 
Geleira do continente, a grande tristeza particular
Viver de divisas anulações, sangrar e não morrer!

Quando Deus e o Diabo Dançam

Entre Ásculo e o sal próprio à Taprobana,
Um corvo na penumbra que remonta     
Ao lúgubre, insalubre da reponta,
Num tecto falso fiado a filigrana.

Volteia a valsa entre pírrica e cadmeana,
Como se em Lynch, a heurística desponta.
Na bandeja, a cabeça salda a conta
Que jamais La Palisse olvida ou sana.

Cotidiano

Da cansativa labuta em tempo desfavorável
E justo! ainda careço do segredo da feliz sobrevivência
Porém, não é a esmo que sou triste com frequência
Povoam minha vida o amor imponderável.

Aprendi também a lidar com fantasmas e problemas
Não tenho fortuna, tampouco medo
Existe luz para afastá-los, eis o segredo
Há homens que o mal é um grande dilema

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