Soneto

Para Augusto dos Anjos

Qual dia a humana carne não  sente medo ?
é o pecado original, uma sordida vingança?
sofrendo o homem trevas, a luz não avança!
assiste tão calmo a morte às vezes cedo

Momentos de paz ,ou vida que finaliza!
homem observado no pátio como um bicho
um numeral fraco, costela sem capricho
Vive ainda,  mas de perto a morte sinaliza?

Eloquência

Descobri que na vida passageira
tudo posso;  desde  sentir, avaliar  
se  morri e ainda não  renasci para  amar,
reflito que a morte  é segura mensageira .

No trajeto do  amor belo esfuziante
e na eloquencia dos homens de bem
e na hoste do mal que também vem
pouco descobri , ou tive amor enebriante

 Descobri ainda ,que o amor se  ajusta ,
que as flores também são rosas, entretanto
a vida é mais que bela,  e a morte injusta

Desejo

 
Deusa dos beijos,  incrivelmente  envolventes
meu amor é insano por a amar demais
com sentimentos sincero é com amor eloquente
morrer e sofrer em nossas vidas não são essenciais
 

Deusa da beleza desejo   e encanto
que adentrou no  meu peito muito feliz
que despertou em mim um novo canto

Dor de quem ama


Saudade tamanha e dor sangrenta
Viver tristemente  a dor sozinho
E no coração esta dor não se contenta
Chora a dor por  dentro apertadinho
 
 
Acalmar o peito e o veneno sofrimento
E de mim fosse desfeito antes da morte, o fim
Que não esquece  de aumentar  o descontentamento
Saudade  e tristeza , acasalam dentro de mim
 
 
Quiça! Deus lembrará do filho que ama?
Hoje, um coração que padece em grilhões e dor

Oceano

O oceano  onde me prende e distrai
Os de águas claras é santíssimo
Nem um pingo me vê benquisto
É no oceano profano, o que me atrai

Lanço me ao mar em longas braçadas
Sem perder o apetite alegre pela vida
Levo  em consideração a felicidade esquecida
Em derradeira tentativa sofrida,  lançada

O amor distante em águas passadas
Fui romântico na boemia anterior
Pra romântico nato, esta vida é antiquada

A Geleira

Transpasso paredes aparentemente intransponíveis
Quem me dera que fossem corações
Ouço, mesmo na mudez da minha fala e ações
Quero de volta o amor que tornaram indisponivel.
 
 
Geleira do continente, a grande tristeza particular
Viver de divisas anulações, sangrar e não morrer!

Quando Deus e o Diabo Dançam

Entre Ásculo e o sal próprio à Taprobana,
Um corvo na penumbra que remonta     
Ao lúgubre, insalubre da reponta,
Num tecto falso fiado a filigrana.

Volteia a valsa entre pírrica e cadmeana,
Como se em Lynch, a heurística desponta.
Na bandeja, a cabeça salda a conta
Que jamais La Palisse olvida ou sana.

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