O SEU ROSTO
Autor: Angela Caboz on Monday, 27 October 2014um corpo com muitos anos
um corpo com muitos anos
Felicidade
Se há um sol em cada dia p'la manhã;
Se ergo os olhos e o vejo a brilhar;
Se há flores no jardim a despontar;
Como ouso ficar triste p'la manhã!?
Se há um meigo olhar que m'acarinha;
Um sorriso franco p'ra me animar;
Se há aves no ar a chilrear;
Como ouso ficar triste p'la manhã!?
Há aroma a flores, a bica de água;
O céu, a maresia, a luz da lua
E a< flor mais bela> que vi nascer!
Há o mar azul, a chuva, o verão;
esse amor, que um dia se julgou meu
não foi mais do que o sonho de uma noite
alguém que por entre a bruma desapareceu
carregando muita desenvoltura e afoite
implorando por atenção na vida me apareceu
envolto no mistério da sua capa de paixão
atacou quando a noite em mim escureceu
partiu antes do dia amanhecer, deixando a ilusão
Vem nas garras do vento
Pousar no meu coração
Abraça-o sem intenção...
Beija-o com alento!
Vem no calor do relento
Apagar minha alucinação
E rebolar sobre dunas de emoção
Em meu corpo sumarento!
Vem nas noites luzidias
Sussurrar em meus ouvidos
Com brandos gemidos...
Nas estrelas vadias
E nos prazeres possuídos...
Vem,...arrancar meus vestidos!
Noite sem luar
Noite ! Abeirou-se solenemente
Trazida pela mão da escuridão.
Pousou a negritude firmemente,
Trazendo a tristeza da <Paixão >.
Aninhou-se sobre a terra, inclemente,
Lançando um negro véu de opressão !
Sob o silêncio ermo , inocente,
Se esconde desamor e solidão !
Nem astros...nem luz...a riscar o espaço
Mergulhados nesse manto de breu,
Manto sombrio que engoliu o céu !
Noite cega, sem luar ,negro intenso !
Lugubridade que a terra cobriu
Adoro o outono! Um poema de boas-vindas.
Outono
Chegou o outono, pleno de cor !
De folhagem de arco-iris, trajado !
Já chora a brisa lamento de dor !
Tapete no chão, de folhas, bordado !
O sol, moribundo pousa sobre o mar,
Desfalece ! Solta a noite e o luar !
O mar, lancinante em seu marulhar,
Vem bater na areia para a torturar.
Amo o outono ! Traz-me nostalgia...
Vem-me à memória tempos de criança
Quando cada dia era fantasia !
Mar ! Meu mar
Mar ! Meu mar ! Companheiro de horas vagas...
Confidente de anseios e saudade !
Cúmplice de alegrias e verdade
Submersas na espuma das tuas vagas !
Mar! Meu mar ! Com gaivotas sobre as fragas
Que voam a dançar, suavidade ,
Balouçando consigo a liberdade,
No sereno bater das suas asas !
Mar ! Meu mar ! Vou olhar-te e repousar
Das lides...das lutas que a vida traz
Porque ouvir teu rugir, já sinto paz !
Mar ! Meu mar ! Azul e imenso mar !
Visão do céu
Sinto em ti pardal, lá do alto ramo,
A alegria que sentes em viver.
Tens p'ra ti todo o céu azul, que amo,
Eu, não tenho mais que o chão p'ra viver !
Cerro os olhos ! Teu voo p'ra mim tomo.
Voo livre p'los céus... sem me perder !
Vai comigo fantasia, que eu chamo,
Bato asas...perco o mundo...sem o ter.
Tu, pardal, és feliz sem o saber !
Tens o mundo p'ra ti, sem o pedir !
Sempre o quis e só o posso sentir !
Se pudesse pelos teus olhos ver