MINHA ALMA
Autor: Valdemi Cavalca... on Tuesday, 4 June 2013MINHA ALMA
MINHA ALMA
Sonolenta surge a claridade da manhã ditosa
Suave, delicada, colorida, pródiga e dadivosa
Sedente e esquiva é glamorosa e pura gazela
Traz os cabelos soltos ao vento, a bela donzela
Sonha com aquele que a admire e a corteje
Delicada menina-moça, tão linda e sorridente
E quer alguém que a leve pela mão e a deseje
Que a pressinta e cative com olhar envolvente
Parecia presa a um cordão tênue enluarado
Estava ainda envolta pela noite e trazia o dia
Libertando das trevas um espírito encantado
Caem as pétalas e florecem,
Na manhã que chove o verão,
Despede-se a despida ilusão.
Arilhos no inverno crescem...
Os teus beijos no outono caem,
E apanho co's olhos da paixão,
E co's mesmos faço devolução.
Na primavera rejuvenescem...
E vivo eu nestas constantes
Estações do meu coração
Que ora quente, ora frias
Ora doce, ora desilusão,
Igual ao que tanto querias;
Tens-me nas tuas mãos
lecitantes !...
Serias o meu oásis em meio ao deserto
Serias o descanso do andarilho solitário
Serias meu último porto seguro e certo
Serias o mor secreto em meu imaginário
Peregrinando vou em meio à tempestade
Na solidão, diviso duas auras luminosas
Avisto a alegoria do amor e da saudade
É um lago muito azul de ondas sinuosas
E corro no afã de conseguir te alcançar
Nas águas fluentes e claras como o dia
Ali me lanço na ânsia de me refrescar
Não preciso mais ocultar-me de ti
Posso conduzir-te pelo intenso azul
Com minha claridade iluminar-te-ei
Vem em direção do Cruzeiro do Sul
Sou aquela estrela azulada e luziria
E em sonho, hás de vir até mim
Pois estou presa em eras infinitas
Esperando o astronauta que viria
Se me libertares criaremos laços
E entraremos em suave sintonia
E um dia viajaremos pelo espaço
E deixarás de ser poeta um errante
Juntando nossas asas podemos voar
Serei tua estrela e tu, meu diamante
(Lourdes Ramos)
E se eu te desse,
Prazer e aventura;
Amor e loucura,
E diferente fosse ?...
Se contigo fizesse,
Sexo sem tortura;
Feito de forma pura,
E nada de ti quisesse ?...
Seu teu coração, eu o roubasse,
E sem quaisquer vergonha,
Hibernasse no teu corpo ?
Se fôssemos livre como cegonha,
E eu ter vidas como o Policarpo,
Aceitarias se te pedisse que me amasse ?
Autor: António Vicente Aposiopese
Indeléveis momentos
Naufrague nos meus peitos,
Tartamudeia o teu olhar,
Na concuscência do teu beijar;
Dar-te-ei indeléveis momentos
Beba dos meus lábios o adejar,
Transpire os teus sentimentos,
Nestes meus poros sedentos;
Te perca em mim sem te achar...
Sinta meus dedos viajar
Nos teus segredos nus
Que por muito venho farejar
Morra de querer-me como Vênus,
Entregue o teu sexo e venha ondejar;
Cada instante co'lótus, compus...
António Vicente Aposiopese
Ah! Se eu pudesse passear na floresta dos teus desejos
Por entre as folhas caídas das árvores de teu sonho
Percorrendo a tua pele quente e macia como caminho
E respirando o ar puro e fresco dos teus beijos!
Ah! Como eu queria saborear teus lábios de rubra cor
E sentir a deleitosa fragrância da tua pele de limão
Pois teus beijos são mais deliciosos que licor
E o teu doce perfume, quero eu ter na minha mão!
Descobri um encantador jardim secreto
Onde por vezes me encontro a meditar
Que foi edificado pelo perito arquiteto
É nesse lugar que costumo me refugiar
Sinto a paz a me abraçar e me envolver
Em ondas suaves, doces e perfumadas
Purificando meu corpo, alma e meu ser
Adentrando poros e artérias dilatadas
Ouço o silêncio e os olhos vou fechando