Surrealista

Sexta-feira treze e o dia de São Valentim

Na sexta feira treze e no dia de São Valentim
Não se viu grande coisa nem se viu manatim
Somente pássaros a chilrear no seu ninho construído firmemente
O pólen das flores a voar e nas poças de água pousar levemente
 
Hoje, lá fora, a gaiatada às escondidas atrás do portão
Que no meio da noite não se confunde com corujão.
Ontem, cá dentro, a saudade de uma juventude
Sentada à espera de uma mudança que mude
 
O Senhor Custódio continua a vender as gomas

Sonho

Sonho

Quando as vozes se converteram em sussurros, adormeci e o sonho começara quase de seguida. Vi-me junto ao mar Onde encontrei lá todas as pessoas que amei, até mesmo aquelas que não me lembrava ter amado, após um longo e ausente silêncio uma houve prestes a falar dei por mim acordado Ia já alto o luar, Veio cedo, eu sei que o sol vem cedo como sempre foi cedo e breve o teu olhar. J.L

REALIDADE ABSTRATA

Construí um palácio em meu inconsciente...

 

Meu sonho copulou com diversas fantasias

E minha imaginação pariu alegorias de cristais

 

Adornadas com adereços coloridos e irreais

Para a edificação de um mundo puro e invisível

Onde a ilusão pudesse temperar o abstrato...

 

O pensamento modulou de flores o devaneio

Criando no firmamento onírico um céu utópico

Em que idealismos de vida vincularam o prazer

Como substrato fundamental do respirar vital...

 

Entrega

E sem nunca desistir
embebedando-me de coragem
apenas retribuí ao mundo
palavras belas
revestidas de lealdade
relembradas com veracidade
 
e nunca deixei lutas, tantas
até em que me diluí
muitas derrotei
sitiado ou aventureiro
em frenesim me entreguei 
mas noutras 
acho até que verdadeiramente
me apaixonei...
FC

Poema Profano

(“A escrita salva-nos da loucura” – ORHAN PAMUK, Nobel da literatura de 2006)

* * * * *

Hoje não vou cantar a Vida,
Nem os homens,
Nem os outros animais,
Nem as plantas,
Nem os mares, nem as montanhas,
Nem o vento, nem o sol,
Nem o azul profundo...

Hoje quero ignorar tudo,
Esquecer-me de mim...
Vou até esquecer DEUS!...

Quero fechar os olhos
E fixá-los no Caos distante
- O Zero Absoluto -,
Partindo em alucinada viagem
Para dormir por Eternidades,
Nos braços do Grande Nada.

REALIDADE DA VIDA

                           REALIDADE DA VIDA

Quando eu era criança,

Eu esperava o Papai Noel

Ele nunca apareceu; trazendo nada;

Nem uma gota de mel.

Mas, para quê gotas de mel?

Para tirar o gosto de fel.

Colocava capim e fubá  embaixo da cama,

Para o carneirinho do Papai Noel comer...

Amanhecia cheio de formigas;

Os meu olhos, choravam de arder.

  Pai pobre, o Natal da criança é pobre.

  O Papai Noel não aparece,

As crianças brilham os olhinhos...

É assim na ilusão,  elas crescem.

Da Loucura Sou Filho Nascido Homem

O apego torturante 
Em meu nome...
Arquivos de paz 
Resgatados
Pelos filhos de Jah, 
Homens marcados. 
 
O pecado desune,
Conclama os agentes do fim
Da loucura viciante animal
Sou filho... 
Um filho que não é do mal
Mas um filho ruim. 
A neurose viciante me consome
Da loucura sou filho nascido homem...
 
29 . 11 . 2014

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