Surrealista

Utopias ideais

Mentira, a mais bela de todas!
Mentira, a vida, ceifada aos prantos.
 
Passarás a vida inteira,
acreditando em seu suspiro?
Uivando seus delírios?
Cheirando a carnificina?
Apadrinhando a esperança?
Lutando por sonhos?
Utopias ideais?
Mazelas, pobreza ou riqueza?
 
E no fim, no silêncio,
imaginativo de teus passos,
um golpe: silencioso,
milagroso, escandaloso!
 

Poetas e porcos

Escrever é como atirar uma pedra,
na imensidão que divaga.
Perde tempo discutindo,
temas importunos...
 
Infiéis, cegos!
Inúteis, intelectuais!
 
 
Certos, só os porcos!
chafurdam no que acreditam,
e só param quando a fome saciam...
 
 
Enquanto alguns esperam Deus,
Outros chafurdam a lama...
Enquanto alguns filosofam,
Outros vivem a vã filosofia!
 

KAWNEIOU

Nada mais exato que o absurdo!
Vãs esforços realizados pelos homens.
 
O significado niilista do sentido;
Fracassarão finalmente?
 
Por teu ceticismo,
os princípios da existência...
 
Nada chega ao fim!
Afinal a quem interessa tal desfecho?
 
Uma vaca sabe seu propósito (superior);
Servi-lo-ás com tua vida,
os famintos!
 
(ARCHANGELO, A. Ápeiron, Ed. Buriti, 2019)

Brancos do Novo Mundo

Lá se vai,
o espumante Brut,
escorrendo pelo branco queixo...
 
A elegância empambada,
que se revela nos prantos,
dos açucares, provieram.
 
Terrines, vinhos,
sugaram as falésias d'alma,
E lá se foi todo o verão!
 
De uma vida  truz, liberta.
Bíbulos penhores,
ergasiotiquerologia albina.
 
 
(ARCHANGELO, A. Ápeiron, Ed. Buriti, 2019)
 

Gipsófila

A gipsófila consiste na heterogenia
dos incomensuráveis Jaminauás!
Tantas ninfomanias omoplatas...
 
Sesquipedalofobia de tato tectônico,
Usufrutário da vigaronidade
Já que a xenofobia vive da zaragata...
 
 
(ARCHANGELO, A. Ápeiron, Ed. Buriti, 2019)
 

Sina

Dendroclasta nativo,
retambana sútil.
 
Sente a ausência da filáucia,
soltando a habena,
na manumissão que sucede a quérquere?
 
Ventor mestre em halurgia
levará-te a tambo.
Medicai-o com o litagogo
 
Selando a tua sina.
 
 
(ARCHANGELO, A. Ápeiron, Ed. Buriti, 2019)
 
 

Bones

This poem is dedicated to lost people, the despair of those who stay, who seek in vain a sign, a hope, to find those who love and vanished. It is very common to hear of relatives of the disappeared who need at least to know what happened, even if they find at least the bones, in order to cry well-deserved and conscious mourning. The use of poetic license refers to the subliminal association of people whom we love and leave our lives by choice, without allowing us to understand why they leave.

Huesos

Ayer no estaba en condiciones de escribir sobre este poema. Este poema está dedicado a las personas perdidas, a la desesperación de los que se quedan, que buscan en vano, una señal, una esperanza, de encontrar a aquellos que aman y desaparecen. Es muy común escuchar de parientes de desaparecidos que necesitan al menos saber lo que sucedió, aunque encuentren al menos los huesos, para poder llorar el llanto merecido y consciente.

Ossos

Este poema é dedicado a pessoas perdidas, o desespero dos que ficam, que buscam em vão, um sinal, uma esperança, de encontrar aqueles que amam e sumiram. É muito comum escutar de parentes de desaparecidos que precisam pelo menos saber o que aconteceu, mesmo que encontrem pelo menos os ossos, para poder chorar o pranto merecido e consciente. O uso da licença poética se refere, a associação subliminar as pessoas que amamos e saem de nossas vidas por opção, sem que nos permitam entender o porquê do afastamento.

Pages