Tristeza

Domingo Junino

São as noites de domingo, frias.

Frias, as noites de domingo são.

Motivo de fogueira, de quadrilha

É dia de S. João!



Um som, a trombeta macabra anuncia!

E o rosto de quem festejava (em vão)

Foi tecida -pelo escândalo- a expressão

                                                 [vazia.

E fria também ficou sua mão...



São as noites de domingo, frias.

Frias, as noites de domingo são.

Motivo de tirar paz, de tirar vida

Luto

 

O nosso paraíso,
em tempos verde. 
O coração arde.
A alma chora. 
O corpo é "só" a ferramenta de luta! 
 
Inexplicável a tristeza e
a angustiante impotência
por nada poder fazer.
 
Limpo as lágrimas
arregaço as mangas
e vou até onde der!
 

Minha cidade escura

Minha cidade está escura
Minha noite sem lua
Quando dia, sem vento
Pareço desatento... aos anjos da noite
Olho em minha volta
O silêncio me cerca
De meia em meia hora saudade me acerta
Cadê a luz da minha estrada
Que a meu caminho iluminava
Ergo com a mão direita minha espada
Com a esquerda meu escudo
Caminho na estrada
Ah obscuro!
Pareço não ter mais forças
As pernas já se cansaram
A alma caminha só
O corpo que já padece
Esqueceu sua fé!
Perdeu a esperança

Página 3 do meu livro

No terceiro mês

Me via morrendo,

Estava padecendo,

Minhas forças perdendo,

Ficava remoendo,

Mas, precisava continuar vivendo,

Devagar fui me contendo,

Fui aceitando,

Na verdade, acostumando,

Lentamente caminhando,

A família me cobrando,

E eu só chorando,

Fui me levantando,

Sempre me esforçando,

E Deus me abençoando,

Sempre no comando.

Solange Pansieri

Página 2 do meu livro

No segundo mês

Ainda não comia,

Tentava e não conseguia,

A saudade me consumia,

Nossa ...que agonia,

Um pesadelo parecia,

E acordar , eu queria,

Dessa grande melancolia,

Muito mal eu me sentia,

No escuro vivia,

Ninguém ouvia,

E no fim do dia,

A tristeza me perseguia,

Era o que parecia,

Nem trabalhar , eu ia,

E aos poucos...eu morria.

Solange Pansieri

página 1 do meu livro

No primeiro mês

Eu só chorava,

Com nada me importava,

Nem computador ligava,

Nada me consolava,

Nem mesmo o sol brilhava,

E a estrela não iluminava,

Eu não me alimentava,

Em nada acreditava,

O tormento me abalava,

Só no fim...eu pensava,

E não acreditava,

Que aqui, não mais estava.

Solange Pansieri

Eu sou a solidão

Sinto-me tão sozinho.

Eu sou a solidão.

Só consigo pensar em ti.

No que andas a fazer, e com quem.

 

Não me sei proteger.

Não sei jogar o jogo.

 

Ficas uma semana sem pensar em mim,

Enquanto que numa semana o meu único pensamento és tu.

Onde estás, ou com quem.

Como estás, e se estás bem.

 

Sinto-me tão sozinho.

Fechado neste quarto.

A escrever enquanto tenho paciência.

Já tenho pouca, é muito o cansaço.

Mas nenhum o sono.

 

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