Tristeza

Com os eus e a alma...

Deixei lá distante
Algures escondido
Um eu meu amigo.
E agora perdido,
Em luta constante
Sozinho e comigo
De tão escaldante
Sou só o restante
Dum grande castigo!
Solidão imensa! 
Que sofre e que pensa
Na guerra dos eus,
Sem sonhos dos teus,
Reparo e entendo 
Que nunca pretendo
Que os teus sejam meus.
Com os eus e a alma,
Que os une e acalma 
Vou vendo o abismo,
Não penso nem cismo,
Não paro, não quero!
Nem quero saber

Que dor é esta...

Que dor é esta latente,

Que me trespassa e amassa,

Que se instala e não me passa

E destrói de tão potente?

Em silêncio me estilhaça,

 Me desintegra e desgraça

Punindo- me tão duramente!

 E dói… e torna a doer!

Rasga-me a cada segundo

Deixando-me moribundo

Sem saber o que fazer!

De onde ela vem, eu não sei!

Não tem fonte definida,

Só sei que fica retida

Da forma que expressei!

Julgamento

Não me julgues ainda
sei que sou a condenação
de ser eu.
Deixa que o meu tempo,
o tempo que eu não mereço
me envelheça e me condene
por ti, por todos
e pelo tempo que me dás.
Sabemos os dois
dos abraços adiados
e o vazio dos afetos que invento
fica suspenso
entre memorias perdidas
no tempo que eu te peço agora!

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