Campo de Rosas
Autor: Ícaro Marques E... on Tuesday, 18 June 2013Ao colher rosas no jardim
os espinhos já não me ferem mais...
Se incorporam a mim
como um ensaio
para uma dor mais profunda,
para uma resistência mais fria...
Ao colher rosas no jardim
os espinhos já não me ferem mais...
Se incorporam a mim
como um ensaio
para uma dor mais profunda,
para uma resistência mais fria...
O CLAMOR DO POVO
O clamor do povo,
Pelas ruas do Brasil.
Uma nação,
Cheia de insatisfação.
Onde o povo pede mais atenção,
Querendo ver a sua negociação.
Onde o sonho delirante,
Só é visto pelos governantes.
E a esperança do Brasil,
É de uma lembrança tão frustrante.
Onde o governo debocha os brasileiros,
No país de oportunistas cheios de mensaleiros.
Não importa se seus olhos estão fechados,
Para mim eles estão abertos.
Não importa se não posso te tocar mais
Toda noite te toco em meus sonhos.
Sei que da sua boca não ouvirei mais nada
Mas meu coração gravou sua voz.
Não importa quantas lágrimas eu derrame
Eu sei que não pode mais ve-las.
Não importa se você se foi
No meu coração você continua viva.
Quando eu dizia que te odiava não era verdade...
Tenho que dizer a você que sinto sua falta.
Sinto-me perdida, sem rumo
Tenho que dizer: Oito anos é muito tempo...
Parece pouco, eu sei, mas é muita saudade.
Saudade que me sangra dia após dia
Oito luas. Oito anos.
Crianças dormindo nas ruas,
Pais drogados e bêbados
Pessoas implorando por um pedaço de pão...
Pessoas sentadas nos cantos quase morrendo,
Crianças passando fome e medo.
Pais espancando os próprios filhos
Jovens se drogando...
Quando isso irá acabar?
Terras minha que não me vistes crescer,
Arrancado dos teus braços me vistes trovar;
O vagido do meu sublime desflorecer;
Quando sábia alma, eles vieram cativar !
Ainda vivo estou, mas tanto a padecer.
O quê resta-me, senão arte minha elevar ?
Tudo, até que não devia me oferecer,
Fê-lo a vida até mais fundo dor cravar !
Lutei, relutei; agora resta-me ceder,
A dor que mais à alma me vem cavar;
Até já se foi luz do meu amanhecer,
A mesma que ninguém soube estorvar,
Este último verso trouxe o meu perecer !
É facto!