Lawfare

Lawfare

Onde vais pobre errante
Caminhas no caminho do nada
Impressionando quem te vê
Titubeando a lei pela calçada?

Mal sabe o desastrado
Que por dentro tu és apenas
Espanto de um magistrado
Injusto e desacreditado

Adjuvante juntaste a vastar
Mais vasto que seus brilhantes
Por ter valor incalculável
Calmo como ouro descansaste

Bem na hora passava Deus
Taciturno pela madrugada
Que te acenou e gargalhou
Como tu fosses uma piada

Há uma inocência guardada

no teu respirar

no coração pendurada

marcada com vagar

que se esconde negra e só

e com o passar dos anos vira pó.

 

Há uma crença

Infundada no material

Que nos rouba a presença

Festeja com o banal

E cresce só

Para que um dia vires pó.

 

Há saudade que não fica

De quem nos abandonou

Da raiva que se estica

Pela dor que nos marcou

E caminhas só

E o amor virou pó.

 

Há amor sozinho em ti

Pages