Acaso
Autor: Paulo Penedo on Tuesday, 2 January 2018Chegaste suavemente e como que por acaso
Foste ficando, umas vezes perto, outras nem tanto
As ausências começaram a parecer longas
E as presenças começaram a parecer curtas
E via o teu olhar sem estares
E ouvia o teu sorriso quando fechava os olhos
Sentia o teu cheiro quando respirava
Até que eras em mim, presença inteira
E ficaste por fim
Por mim e por ti, por nós
Porque teria que ser assim
Sem fim…
Ou que por fim, outro acaso nos afaste.
Tempo
Autor: Maria Helena Co... on Monday, 1 January 2018Apenas aquele som estridente e ininterrupto
Caminhada
Autor: Maria Helena Co... on Monday, 1 January 2018a flor austera
Autor: António Tê Santos on Monday, 1 January 2018a exaltação da sensibilidade em torno de panaceias concludentes que aplaudem as minúcias refletidas em vocábulos que espezinham a universal subserviência.
A Flor
Autor: André Claro on Sunday, 31 December 2017
Tinha uma flor na trinca da terra seca
parecia trote ou mentira
o que lá for seja
mas uma flor ali tinha
apesar do sol
apesar de só
fora parida
ou plantada?
tinha um ar circunspecto
parecia ainda viva
de longe, uma miragem
de perto, um milagre
mas ninguém ousou arrancá-la
sequer tocá-la
mil selfies tiradas
mais tarde, um milhão de curtidas
nenhuma gota d’água
inteiro
Autor: Emanuel Mourão on Sunday, 31 December 2017Poderá caber um ano inteiro numa poesia que até contenha o tempo?
Poderá ser um jardim?
Caber todo o mundo?
Um dia, monte ou sopé!
Inteiro:
Numa palavra começa, noutra conta-se num segundo:
Poesia?
Que me torna derradeiro:
Até!
Contenha o nada assim?
O amor verdadeiro?
Tempo!
Poderá caber o mundo?
Ou até um dia inteiro?
tenho essência de poesia:
com ela sou inteiro!
Meu contratempo?
Belo jardim!
o ano torna-se segundo: