O Corpo sem Rima
Autor: André Claro on Sunday, 10 December 2017
Há luzes indóceis
na ribalta apagada
vejo ideias sem vozes
ouço súplicas hilárias
coisa nenhuma foi ensaiada
nada se improvisara
e nesse único ato
nas cortinas fechadas
na guilhotina enferrujada
reverbera alto
a atuação desmedida
de uma cabeça sem corpo
de um corpo sem rima.
Pedras Tumulares
Autor: João Alípio aka... on Sunday, 10 December 2017
A prisioneira (Gretchem)
Autor: Marcos Rossi on Sunday, 10 December 2017A bonita Maria
Autor: Marcos Rossi on Sunday, 10 December 2017A bonita Maria
Porque te sigo meu vaqueiro
se és na caatinga o Virgulino
tu és pra mim sempre o Lampião
que ilumina o céu e o meu cominho.
Minha formosura de Maria
é pouco pra tua honra e coragem
tua companhia no corpo coureiro
me faz do cangaço a rainha.
Tu não negas nenhuma laçada
Como aquela que me pegou
Como boi descansando na sombra
Debaixo do pé de umbu.
Agora te sigo mais que os Macacos
Mais que os que cercaram no Angico
Sua cabeça em todas as praças rola
Leva dentro toda minha vida.
Sem direito
Autor: Marcos Rossi on Sunday, 10 December 2017Sem direito
Morreu sem direito a luto
Sem direito a velas
Sem direito a preces
Tudo isto porque morreu
Se vivo estivesse
No luto lutaria
Muitas velas acenderia
E uma prece rezaria
Mas morto está
Na memória de todos
Nas curvas da historia
No voo solitário da gaivota
Não luta mais
Não reza mais
Não voa mais
Mas pode ressuscitar
Dentro de uma garrafa cheia
De aguardente quente
De pensamento fumegante
De futuro insipiente
Diamante bruto
Autor: Marcos Rossi on Sunday, 10 December 2017Diamante bruto
As lágrimas lavam na lavra
os diamantes adormecidos
que refletem o brilho escondido
dos amores esquecidos.
Ofuscante brilho
interno que não responde
ao respiro da rocha esquecida
aos suspiros das joias queridas.
E os amantes amargurados
sonolentos na madrugada
no sereno refrescam a mente
do amor doente.
A Colheita Do Café
Autor: Antonio Carlos Ramos on Saturday, 9 December 2017Muitos anos se passaram
Hoje me encontro aqui
Recordando um passado bem distante
Quando um grande amor eu vivi
Uma moreninha linda
Um dia eu conheci
Foi na colheita do café
Esse amor veio existir
Passe o tempo que passar
Esse amor hei de recordar
Foi na colheita do café
Que eu aprendi a ti amar
Quando chegava a colheita
Para todos era bem-vinda
Foi quando a conheci
Era uma manhã de neblina
Ela com seus dezoito anos
Eu um pouco mais jovem ainda