A imagem anexa a esta poesia, é das gramíneas em frente
ao portão de minha casa.
(mas elas são apenas um complemento da paisagem)
Nela pode-se ver a escada que conduz a minha casa.
Só não subo por ela, quando me for impossível descê-la.
Ver o teu retrato
Parece algo caricato
Trago memórias
Sinto inglórias
Deixo os lábios tocar
Mas não sinto o teu salivar
Abraço a moldura
Mas é só uma caricatura
Falta a rua fescura
Aquela, a da loucura
Falta o cheiro agreste
Aquele do belo dia campestre
Limpo a lágrima do esquecimento
Sinto fogo cá dentro
Sinto a dor do tormento
Do teu vazamento
Podias ter dito que partias
Mas isto não são adivinhas
Agora fico pelo retrato
A ver se me trato.
Tem gente que tem estrelas
já nasceu estrelado
luz própria, competência sideral,
está pronto para iluminar, cantar,
tem gente que nasceu para ser
parceiro e amigo universal
Tem gente que tem asas sábias de voo,
mas não pretendem voar!
Como as estrelas nasceram para servir
e com humildade e apenas
sorrisos iluminar.
Tem poeta que deixa belo o alfabeto,
produz dialetos de amor
Informam que amar vale a pena
e a pretensão não deve ser
pequena
Livro-objeto. PFC. 2024.
Seleção de Poemas.
Livro-objeto. PFC. 2024.
Seleção de Poemas.
Mónica Guimarães nasceu no Porto, a 15 de Setembro de 1984. Desde a infância que acredita que as palavras sempre ajudam a criar pontes entre o peito e a garganta.
Formada em jornalismo e ciências da Comunicação e em direito pela Universidade Lusíada do Porto, é na poesia que encontra o fio que conecta os mundos profundos que bebe, cada verso uma janela com pequenas transparências até ao coração, em cada página, um para sempre, em cada palavra a sua marca, que gosta de entregar.
em tempos ouvi dizer
nunca te disse mas aqueces-me a alma