( Então...)

São tantas as minhas aflições,

Dentro destas lições que a vida me prega.

São tantas as escuridões,

E o verão quando chega, é tão breve!

Os invernos são tão cruéis,

E o tempo parece sorrir daquilo que sinto.

Minhas ilusões se fazem presentes,

No silêncio daquilo que busco incessantemente.

Só os sonhos ainda permanecem vivos.

E é so deles que realmente preciso.

Não sou poeta, apenas corro em busca de vida.

Dentro de mim, a casa permanece com as luzes acesas.

 

 

 

 

 

O teu sorriso triste

O teu sorriso triste esconde um sonho que não consegues contar. Ele faz chorar o meu coração, mas um dia vou levar-te para um mundo distante e vais reconhecer o teu lar.

Ao anoitecer vais caminhar pelas ruas e reconhecer a tua gente, depois vais sorrir para sempre. Vais reconhecer todas as vozes e sentir uma brisa suave que se chama paz.

Vais ter um milhão de amigos e uma casa sem portas. Vais tocar na janela do teu velho quarto e todos vão cantar.  

Guardião de segredos

Em meio a selva escura,
Densa,
a passos curtos,
arrasta-se o longevo.
 
A passos curtos,
a mente vaga, distante,
neste mundo tão cinzento,
neste mundo tão cinzento,
que um dia relumbrastes.
 
A tempos relumbrara,
lhe resta apenas
memórias vagas,
memórias fracas.
 
Caminha,
Longevo,
em meio a selva escura,
a mente distante,

As laranjeiras e o meu pai (2)

A vida é um somatório de momentos, de instantes, não existe nenhum conversor de escalas que os quantifique, podem durar uma eternidade ou simplesmente nada ultrapassando o tempo sem deixar rasto.

Outros permanecem para sempre! O sorriso do meu pai, o olhar terno do meu filho, a minha filha nos meus braços, as palavras mágicas da minha avó, a primeira vez que vi uma estrela-do-mar azul, o barulho do ribeiro da azenha e o cantar do rouxinol da eira nas noites quentes de verão.

De que vale ver os teus olhos sem ler a tua alma

De que vale ver a água fria dos ribeiros se não a bebermos?

De que vale ver o mar sem ver a cor dos peixes?

De que vale ouvir o vento sem caçar as velas?

De que vale ouvir a tua voz sem ver o teu sorriso?

De que vale ver o teu corpo sem as minhas mãos o reconhecerem de olhos fechados?

De que vale ver os teus olhos sem ler a tua alma?

De que vale tudo se a vida não for a verdade dos nossos sentidos?

MS

(20/01/2015)

Debaixo das tuas mãos

Vejo um barco ao longe, mas o mar é amarelo e o pequeno barco é branco, debaixo das tuas mãos vejo o pequeno barco que se aproxima, mas o mar é imenso e continuo debaixo das tuas mãos.

Um dia vais abrir as mãos e vou ver-te chegar a sorrir, o barco será castanho como os teus olhos e o mar dourado como o teu corpo.

Quando o céu for azul vais caminhar ao meu lado na areia branca e eu vou tocar as tuas mãos para sempre.

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