Mulheres vestidas de preto

Os homens da minha aldeia morrem cedo, as suas mulheres vestem-se de preto, é uma fatalidade que aceitam com sofrimento e serenidade, com coragem… Sempre assim foi.

As mulheres vestidas de preto olham o futuro com determinação e transformam o presente. Trabalham descalças no verão, cultivam, regam, lavam, cozinham, abraçam os filhos, choram…

Quando caminham para o campo sorriem, vivem as emoções certas nos momentos certos, têm as palavras certas para dar às pessoas certas, têm a alma aberta e o coração fechado.

Acordei!

Acordei...
O dia estava um silêncio
Mas o sol estava brilhando
Não havia vento nenhum
Mas o silêncio era imenso
Aos poucos se ia encaixando
O dia era como qualquer um
Eu estava um pouco ocioso
Aos poucos recuperando o fôlego
Um belo banho
Um café forte
Um sorriso no rosto
Alegria entrando
Me sentindo mais forte
Fui até o posto de gasolina
Comprei 10 litros...
Peguei minhas roupas todas
Eu já não fazia parte desse mundo
Botei fogo em todas
Com exceção das vestes brancas

A exploração vem desde os primórdios.

A exploração vem dos primórdios.

Desde o tal descobrimento
Que alguns chamam de invasão
Povo sofre dor, tormento,
Riqueza não teve não.
Primeiro a dizer: “Não aguento”,
Foi o índio expulso de seu chão.
Foi o início do sofrimento
Do povo desta nação.

No Regime escravocrata
Negro é obrigado a sofrer
Fúria do “nobre” que o mata
Maltrata e explora o seu ser.
A avidez aristocrata
Fez a vida fenecer.
Sua ânsia por ouro e prata
Fez muito sangue escorrer.

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