SENTADO À BEIRA DA ESTRADA

Num escuro e frio canto,
Onde o lamento cedeu lugar ao planto;
Não mais desejo seu amor,
Quimeras cobrissem meu corpo com um manto.
Na trêmula fadiga de minh’alma conturbada,
Apenas minha ânsia do depois;
Em minha memória quase apagada,
Lembranças mórbidas de nós dois.
Ah! Como eu queria aqui novamente vê-la passar;
Talvez pra aumentar o meu martírio,

Onde eu ingénuo existo

 

 

Queremos o que não podemos ter ao mesmo tempo que menosprezamos o que temos.

Caímos assim, para mais tarde caír novamente.

É tão fácil passar uma vida a sonhar, tão fácil nunca dormir.

Institivamente acreditamos que o momento é crítico.

O agora oferece infinitas possibilidades dentro do negativo e positivo desta vida.

Sem arrependimentos, porém reféns na inevitibilidade da consequência.

Continuamos a sonhar, continuamos a falhar.

Na persistência encontra-se a virtude deitada na cama da teimosia.

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