atribulações dum viandante
Autor: António Tê Santos on Wednesday, 7 September 2016não quero pertencer ao grupo que escala montanhas entre os fraguedos habituais formando paisagens com versos que reiteram reclamos obsoletos.
não quero pertencer ao grupo que escala montanhas entre os fraguedos habituais formando paisagens com versos que reiteram reclamos obsoletos.
Quero-te mas não posso,
desejo-te mas não quero,
penso mas não faço,
quero ir mas espero.
Espero mas desejo
querer ir e não vou,
olho-te… não te vejo,
quero estar e não estou.
Estou mas não sinto,
insisto mas não dá,
desisto e até minto
no que sofro por te amar.
Sentir é olhar-te,
abrir um livro e ler-te,
tocar no nada e sentir-te
e acordado sonhar-te.
É adorar-te.
Fazer por perder-te,
depois encontrar-te
e voltar a ter-te.
Sentir é fugir-te,
mentir e jurar-te,
saber descobrir-te
e depois… deixar-te.