PEÇA DE TEATRO

Gosto ler, escrever todas
As minhas páginas frontais
Onde fico saltando do avesso
Viro, reviro lendo os versos
Onde invento, declamo, rasgo
Virando-me no inverso da escrita
Onde como-me, engasgando-me
Na prosa que engulo, fazendo-me
Em pedaços, ajeito-me, visto-me
De preto e rosa mas não me queixo
Amo-te dou-te um beijo na face
Lágrimas em contos alegres da vida
Encontros da lua onde termino a poesia
De uma longa novela feita de esperança
Em livros escritos de versos de prosas

CANTOS DA MINHA ALMA

Este grito que vem das minhas entranhas
Traduz em mim, numa dor tão grande
Alma em suspiros reprimida no peito
Desabafa a saudade em querer viver
Piso a antiga calçada de frias fragas
Com os pés descalços, num caminho
Que é longo, com os anos passados
No eco das frágeis asas com que voa
Já sem força e talvez já sem vontade
Tempo perdido no inverno que é frio
Na própria sombra onde olhamos sem
Conseguirmos sequer olhar para ver
Este mundo infernal que se está a tornar

Pages