Anatomia Poética - A Saliva

És o bálsamo do gosto,

Prolongas o sabor do que é bom com tua memória

E te apressas a eliminar o que é ruim.

E que prazer imensurável quando encontras com outra tua irmã!

Quantas sensações residem em tão breve encontro!

 

És ansiosa, às vezes!

Quantas vezes não foges para procurar o teu prazer,

Antevendo o encontro com teu agrado!

Fazes mal! Deixadas por ti só,

Tornas-te vil, desprezável e perdes o encanto.

Que dor é esta...

Que dor é esta latente,

Que me trespassa e amassa,

Que se instala e não me passa

E destrói de tão potente?

Em silêncio me estilhaça,

 Me desintegra e desgraça

Punindo- me tão duramente!

 E dói… e torna a doer!

Rasga-me a cada segundo

Deixando-me moribundo

Sem saber o que fazer!

De onde ela vem, eu não sei!

Não tem fonte definida,

Só sei que fica retida

Da forma que expressei!

A poesia e o tempo!

 Há poemas em que as palavras apenas nascem por nascer,

Outros há, que vem da alma e são angústias desmedidas.

E há aqueles, em que as imagens, são as palavras proferidas,

O poema, é só e apenas… a tua alma a efervescer!

 

Vê a imagem, que te deixo deste calmo amanhecer,

É luz, magia… são poesias, por Deus trazidas,

Onde o barqueiro, busca nas redes as esperanças incontidas,

E não encontra, pois elas furam,passam as redes sem se ver!

 

Assim é a vida, sempre a fugir sem que se veja,

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