Lembro-me das férias grandes, da aldeia, do cheiro dos porcos e do meu avô.
Lembro-me de ver as galinhas a pôr nos cestos de palha, do gornir das porcas a parir e dos cães que corriam em liberdade, sem chip, nem trela, nem nome e lembro-me do meu avô.
Comandante da minha avó, dos porcos, da lareira, das galinhas e até de mim que tinha de lhe obedecer. Não sabia rir, ou não se notava sob as rugas simétricas da pele dura quando  se ria, falava de cabeça baixa, quando falava.

 Embora eu saiba que nunca mais vou te ver,

Eu não quero que você volte,

Permaneça onde está.

A distância que a morte estabelece, é pouco para o lugar que eu quero que permaneça longe de mim.

Vai em paz ...

Vou te matar dentro de mim...por amor.

Eu sinto vontade de possuir. Tudo. Enquanto não tiver tudo, não estarei satisfeito. E quero mais. Quero várias vezes tudo, com frequência. Quero deixar saudades e quero matar a saudade. Quero aquele olhar de desejo me atingindo e eu fazendo pouco caso, mas por dentro, louco pra matar toda aquela vontade. Eu quero surpreender, e quando fizer isso, saber que não existe nada ao redor que me supere. Depois de mim, nada será a mesma coisa. Quero causar estragos.