Absolvição

Absolvição
 
Já é tarde
e recuso-me não 
desfrutar da tua alvorada
ó homem poeta que reescreves
na génese da vida
nunca uma esperança que se adia
no pavio do tempo que arde e mendiga
numa tarde solitária
que assim passou tão abtsraída
 
Já é tarde, eu sei
recolhem-se todas as sombras
imperiais de uma jornada inacabada
porque assim só peço mais um aditamento
à longa eternidade

Amor e Desejo


Que sensual ternura nessa tua voz existe,
Que mal a oiço em mil delícias me afundo?
Porquê que a vontade de um beijo não resiste,
Quando olho dentro dos teus olhos bem no fundo?


Que sinuosas curvas nesse teu corpo esculpiste,
Que ao vê-las de carnal prazer todo me inundo?
Porque é que a tua ausência é um pranto que persiste,
E mal te vejo vibro... deusa, serás tu deste mundo?

Nas Esquinas do Tempo que Soçobra

Nas esquinas do tempo, que soçobra…

Uma eternidade me cria e me consome
num voo rasante adejando a imensidão
sonho que beija a sombra das palavras
em pensamentos inundados de memórias
nidificadas em fios de mágoas e de glórias
pelo amor que me vai escorrendo pelo chão.

(Rui Tojeira)

Volátil

Volátil
 
Resta só mais um dia triste,
os outros virão mais alicerçados
e acaso me esqueça
ainda me resiste um pouco de vigor
pra seguir esta redenção plena de fulgor
avisem-me por onde devo eu seguir
porque nestes caminhos traçados
inocentes e esmiuçados
à tangente poética
prescrevo a retórica delimitada
nos ecos e sussurros da voz
quase rechaçados no tempo
onde me perco neles

Eu

Quando pintam aniversários
Encho os balões coloridos
Mas não quero parecer infantil
Muito pelo contrário
Eu, como um desejo, já me situei no Brasil. 
 
Quando perdi alguns entes queridos
E o serviço acabou falindo
Tudo aquilo foi muito, muito deprimente.
No fim, eu nunca quis ser um louco demente!
Tudo bem, tudo bem, eu provei o veneno...
 
O tempo passa. O tempo voa!

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