DESEJO ABAFADO

DESEJO ABAFADO

 

Que posso dizer neste presente,

Mesmo ao seu lado, você ausente,

Neste sentimento calado,

Que você tornou-se abafado.

A falta é grande e imatura,

A saudade é longa e tediosa,

Preciso de você em minha cultura,

Pois, coração é fera gananciosa.

Vagarosamente você se afasta,

O NADA.

O NADA.

Somos capazes de tudo,

De tudo não sai nada,

E seguimos nessa salada,

Sendo a vida jornada.

Tudo é vida e nada,

Amantes somos da fada,

Vivemos de ilusões,

E, morremos como nada.

Caminhamos e pensamos,

Ao encontro dessa fada,

Passam-se vários anos,

E deparamos com o nada.

Somos da vida um terror,

Do nada apareceu o horror,

Convivendo no sagrado amor,

E revivendo sem dor.

Autor: Roberto Mello (Dodô).

OXALÁ EU TOMARA (do meu livro de imaginar)

Oxalá fosse mar para nas areias brancas finas me [entranhar e acordar] (acabar)
Oxalá fosse homem para uma família e preocupações parentais arranjar
Tomara ser humano para os extra terrestres caírem na Janela do meu sótão
Tomara ser maior para poder os remédios adoentar nas minhas mãos de anão
...
Mas nem o oxalá nem o tomara fazem por ser o que fosse
Nem no mar se fez o homem que apenas humano sonha maior

(PRE)CATIVOS

Cativamos num olhar
Noutro libertamos o nosso amar
Depois de libertado nunca quer regressar
Prende-se no tempo, mergulhado nas ilusões
De nosso cativo que cativou o nosso gostar...

Cativamos numa fala
Noutra falamos sem nos calar
Atropelando peões na passadeira
Na língua atrasada do pensamento a brotar
Ser cativo não é mera brincadeira por falar

Ultramar

No Ultramar,
 o diabo ronda sem parar,
 anseia pela juventude que navega
 Para ser adulta e talvez ali ficar,
 no chão que de vermelho se carrega

Boinas a tiracolo das armas à desfilada
 Mães órfãs de frutos ainda verdes saudosos
 Como uma Nação pode ser tão ousada
 Lutando por nada e por tudo, orgulhosos

Esquecendo que na alma pesada, corre chumbo de dor,
 Que os envoltos dos tubos, eram gatilhos frementes
 Onde os olhares se afundavam no negro do tambor
 Os dedos, aços que carregavam o odio, tementes

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